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O KARATÊ – DÔ SHOTOKAN EM BELÉM DO PARÁ : MEMÓRIAS, ORGANIZAÇÃO E CENÁRIO ATUAL
Glauber Alves, Anibal Neto

Última alteração: 2012-08-17

Resumo


A pesquisa em foco está compreendida na interlocução entre os campos da história e do esporte. Apresenta a história do karatê – Dô shotokan em Belém do Pará,. Por meio das memórias narradas por um ícone do karatê – Dô shotokan da mesma cidade. Inscreve –se num contexto social em que a história do karatê – Dô em Belém do Pará sofre com a inexistência de pesquisas que utilizam ao tema como objeto de estudo. A presente pesquisa que tem por finalidade : Delinear a gênese e o desenvolvimento do karatê- Dô em Belém, descrever organização institucional do desporto e apontar algumas críticas com relação ao desenvolvimento de atividades relacionadas ao desporto na constituição de seu atual cenário. Trata –se de uma pesquisa histórica, em que utilizamos como metodologia para produção de dados, a história oral. As memórias e recordações sobre o karatê – Dô Shotokan, em especial, no contexto da cidade de Belém, foram relatadas pelo professor de Educação Física João Florentino, personalidade do mundo esportivo, graduado faixa preta 6º Dan e fundador da federação de karatê interestilos do Pará. A narrativa envolveu elementos da trajetória pessoal e profissional do informante, a gênese e a evolução do desporto em questão e as dificuldades enfrentadas pelo esporte no seu atual cenário. A partir da narrativa identificamos o pioneirismo do karatê shotokan em Belém do Pará ligados à figura dos professores Fernando oliveira e mestre Tanaka. Um elemento significante diz respeito ao conflito cultural que o karatê enfrentou assim que chegou á cidade. A organização institucional do desporto em Belém se dá a partir da criação da primeira federação paraense de karatê em 1981, que fez com que o esporte se fortalecesse e ganhasse uma visibilidade maior dentro do território amazônico. Identificamos também a crítica realizada ao cenário atual do desporto no contexto paraense, em que se consta à existência de sete federações de karatê, impedindo o fortalecimento de uma única unidade que possa potencializar o esporte dentro do contexto belenense. O estudo evidenciou o potencial heurístico da história oral, demonstrando tanto sua vitalidade educativa quanto científica. A partir das reflexões que subsidiaram a construção desta exposição, os acadêmicos iniciaram processos de rupturas com o modelo cronológico, factual e engessado de conceber a história. Concluímos também reafirmando o importante papel do esporte que possui uma função transformadora, e em especial a prática do karatê, capaz de mudar completamente a vida do praticante, funcionando como ferramenta educativa e potencialmente socializadora. Por fim, sinalizamos a necessidade de uma maior produção e propagação de pesquisas científicas que tenham como objetivo retratar e descrever a gênese e a evolução de desportos como o karatê, que auxiliam na formação do caráter e do desenvolvimento da personalidade, caracterizada como uma prática integradora e educativa, a fim de proporcionar aos acadêmicos e aos praticantes uma maior compreensão da importância de estudos históricos com essa abordagem.

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