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Mídia e futebol feminino: narrativas olímpicas na Rio 2016
Jéssica Natália Souza, Júlia Maria Alves Medeiros, Anny Karolayne Fonseca Soares, Larissa Ellen Silva Almeida

Última alteração: 2016-10-05

Resumo


Uma breve análise no calendário de competições do futebol nos últimos anos, mostra uma disparidade relevante entre as seleções feminina e masculina brasileira. Além de possuir uma quantidade superior de partidas, a equipe masculina também possui o foco principal das câmeras. Ainda que se observe um crescente desenvolvimento qualitativo e quantitativo da modalidade praticada pelas mulheres, o interesse da sociedade e da mídia não acompanha proporcionalmente esse progresso. No último megaevento esportivo de 2016 – os Jogos Olímpicos - o futebol feminino brasileiro ganhou grande visibilidade devido aos bons resultados obtidos nos primeiros jogos, porém, por finalizar a competição sem subir ao pódio, as narrativas midiáticas produzidas foram as mais diversas. Este trabalho possui um desenho metodológico de cunho exploratório e descritivo e busca investigar os discursos desenvolvidos por dois grandes jornais de circulação nacional brasileira – Folha de São Paulo e O Globo - sobre a não medalha da seleção brasileira de futebol feminino nas Olímpiadas Rio 2016. Foram escolhidas duas matérias, uma de cada jornal acima citado, para serem analisadas e ambas foram publicadas no mesmo dia em que aconteceu a partida - 19/08/2016. Os resultados da investigação mostram que os dois jornais trazem um discurso similar que atribuem a derrota do Brasil para o Canadá com um placar de 2x1, à falta de padrão tático do time posto em campo. As jogadoras Marta e Cristiane são colocadas nas reportagens como a principal estratégia de marcação da equipe adversária, o que significa que ao anular essas duas jogadoras, o Canadá conseguiu montar um esquema estratégico capaz de conter o time brasileiro. Apesar de ter sido um jogo muito disputado, a Folha de São Paulo relata o apoio total da torcida brasileira “com muita emoção e barulho”. O jornal O Globo traz relatos das próprias jogadoras que evidenciam a falta de apoio à modalidade no país, mas também cita o apoio do torcedor no momento do jogo. Apesar de possuir um grande elenco de jogadoras e, entre elas, uma jogadora eleita cinco vezes a melhor do mundo - Marta, um grande problema enfrentado pelo futebol feminino no Brasil é a falta de investimento, evidente nos baixos salários das jogadoras e da comissão técnica, a falta de investimento em produção de conteúdo midiático e outros fatores que influenciam no processo de ampliação do conhecimento da modalidade e em uma maior visibilidade do futebol feminino brasileiro.

Palavras-chave


Mídia, futebol feminino, Rio 2016, visibilidade.

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