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Da Educação Física escolar para a vida: um olhar para o aluno e para a diversidade de práticas
Última alteração: 2018-10-22
Resumo
1 INTRODUÇÃO
A abordagem Concepções Abertas (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2011), contrapondo as metodologias tradicionais de ensino da Educação Física, defende um trabalho centrado no aluno, podendo o mesmo opinar e co-decidir com colegas e professor sobre as aulas. Nesta abordagem, os objetivos de aprendizagens se voltam ao desenvolvimento da criticidade, sendo o estudante instigado a agir de forma autônoma, comunicativa e cooperativa, problematizando e construindo novas formas de movimentar-se. Essa perspectiva de ensino entende que o contexto do sujeito e suas experiências prévias do mundo de vida devem ser consideradas para se diversificar práticas corporais e conhecimentos abordados na Educação Física Escolar. Esse estudo apresenta a efetivação dessa abordagem de ensino durante a prática docente realizada em um estágio supervisionado com os Anos Finais do Ensino Fundamental, destacando-se a importância de se ampliar a diversidade dos temas trabalhados, assim como a influência da Educação Física no cotidiano dos alunos a partir das aulas realizadas.
2 METODOLOGIA
Antecedendo à docência, visando conhecer o contexto escolar, realizou-se observações das aulas de Educação Física de uma turma de 7º ano e duas de 9º ano de uma escola pública municipal de Venâncio Aires/RS/BRA. Além disso, conversas com a direção e com a professora titular foram realizadas no intuito de inteirar-se sobre as características do contexto em que o estágio iria ocorrer, assim como diálogos com as turmas para definir interesses delas em relação a conteúdos. Após cada aula, registrou-se em diário de campo acontecimentos importantes o que possibilitou refletir sobre as práticas realizadas. Ao final do período de docência foi aplicado um questionário aos discentes com o propósito de identificar as influências das aulas de Educação Física na vida dos alunos.
3 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
A partir da prática docente e do questionário realizado com os estudantes, muitos aspectos interessantes surgiram. Um dos principais foi a oportunidade que os alunos tiveram de escolher um conteúdo. Quando este conteúdo foi abordado, como foi o caso do ciclismo percebeu-se uma maior motivação dos alunos para as aulas e a partir das vivências os alunos conseguiram ampliar os conhecimentos sobre a prática do ciclismo, relacionando-a para além dos muros da escola e não a reduzindo somente ao ato de andar de bicicleta.
Outro aspecto que chamou a atenção durante a prática docente e constatado nos questionários diz respeito à apropriação de conhecimentos das aulas para a vida dos alunos. Um exemplo disso deu-se durante as aulas em que se trabalhou o ciclismo. As aulas foram realizadas em espaços públicos e os alunos puderam compreender mais sobre a realidade do contexto em que vivem. Neste sentido, Freire (1979) destaca que a partir da compreensão da realidade o homem procura soluções, assim podendo transformá-la e criar um mundo próprio. Com relação à isso, destaca-se o comentário feito por uma aluna durante: “Comecei a praticar o ciclismo fora da escola, já andei em vários lugares diferentes e senti que algumas coisas estão mudando, porque fico mais disposta, durmo melhor [...]” (Aluna 1, questionário, 28/05/2018).
Conforme Hildebrandt-Stramann (2011), na abordagem de Concepções Abertas as aulas são orientadas no aluno, no processo, na problematização e na comunicação. Isso chamou a atenção da professora titular, possibilitando à mesma uma reflexão sobre sua prática docente com relação ao aspecto de instigar, questionar, pedir a opinião dos estudantes durante o processo de ensino. A docente enfatizou que achou muito importante o diálogo realizado com os alunos durante a aula, trazendo-os para as atividades e pedindo-lhes sugestões e ideias (Diário de campo, 03/04/2018).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se a Educação Física como uma disciplina ampla e que merece um olhar mais atento nos dias atuais. O docente deve diversificar as experiências e conhecimentos, levando em consideração o contexto em que o aluno está inserido. Destaca-se que a prática docente desenvolvida não se restringiu aos conhecimentos tradicionais da Educação Física, indo para além dos muros da escola, contribuindo para a formação de um cidadão ético, responsável e crítico. Neste sentido a abordagem de Concepções Abertas foi uma escolha acertada, uma vez que considera o aluno como central e vê em seus anseios e dúvidas um espaço para aprendizagens significativas.
5 REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
HILDEBRANDT-STRAMANN, R. Concepções abertas no ensino da Educação Física. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
LIRA NETO, J. F. L. Relações entre a proposta das concepções abertas no ensino da educação física e o método Paulo Freire. Conexões, Campinas, v. 6, n. 2, p. 62-81, 2008.
A abordagem Concepções Abertas (HILDEBRANDT-STRAMANN, 2011), contrapondo as metodologias tradicionais de ensino da Educação Física, defende um trabalho centrado no aluno, podendo o mesmo opinar e co-decidir com colegas e professor sobre as aulas. Nesta abordagem, os objetivos de aprendizagens se voltam ao desenvolvimento da criticidade, sendo o estudante instigado a agir de forma autônoma, comunicativa e cooperativa, problematizando e construindo novas formas de movimentar-se. Essa perspectiva de ensino entende que o contexto do sujeito e suas experiências prévias do mundo de vida devem ser consideradas para se diversificar práticas corporais e conhecimentos abordados na Educação Física Escolar. Esse estudo apresenta a efetivação dessa abordagem de ensino durante a prática docente realizada em um estágio supervisionado com os Anos Finais do Ensino Fundamental, destacando-se a importância de se ampliar a diversidade dos temas trabalhados, assim como a influência da Educação Física no cotidiano dos alunos a partir das aulas realizadas.
2 METODOLOGIA
Antecedendo à docência, visando conhecer o contexto escolar, realizou-se observações das aulas de Educação Física de uma turma de 7º ano e duas de 9º ano de uma escola pública municipal de Venâncio Aires/RS/BRA. Além disso, conversas com a direção e com a professora titular foram realizadas no intuito de inteirar-se sobre as características do contexto em que o estágio iria ocorrer, assim como diálogos com as turmas para definir interesses delas em relação a conteúdos. Após cada aula, registrou-se em diário de campo acontecimentos importantes o que possibilitou refletir sobre as práticas realizadas. Ao final do período de docência foi aplicado um questionário aos discentes com o propósito de identificar as influências das aulas de Educação Física na vida dos alunos.
3 ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
A partir da prática docente e do questionário realizado com os estudantes, muitos aspectos interessantes surgiram. Um dos principais foi a oportunidade que os alunos tiveram de escolher um conteúdo. Quando este conteúdo foi abordado, como foi o caso do ciclismo percebeu-se uma maior motivação dos alunos para as aulas e a partir das vivências os alunos conseguiram ampliar os conhecimentos sobre a prática do ciclismo, relacionando-a para além dos muros da escola e não a reduzindo somente ao ato de andar de bicicleta.
Outro aspecto que chamou a atenção durante a prática docente e constatado nos questionários diz respeito à apropriação de conhecimentos das aulas para a vida dos alunos. Um exemplo disso deu-se durante as aulas em que se trabalhou o ciclismo. As aulas foram realizadas em espaços públicos e os alunos puderam compreender mais sobre a realidade do contexto em que vivem. Neste sentido, Freire (1979) destaca que a partir da compreensão da realidade o homem procura soluções, assim podendo transformá-la e criar um mundo próprio. Com relação à isso, destaca-se o comentário feito por uma aluna durante: “Comecei a praticar o ciclismo fora da escola, já andei em vários lugares diferentes e senti que algumas coisas estão mudando, porque fico mais disposta, durmo melhor [...]” (Aluna 1, questionário, 28/05/2018).
Conforme Hildebrandt-Stramann (2011), na abordagem de Concepções Abertas as aulas são orientadas no aluno, no processo, na problematização e na comunicação. Isso chamou a atenção da professora titular, possibilitando à mesma uma reflexão sobre sua prática docente com relação ao aspecto de instigar, questionar, pedir a opinião dos estudantes durante o processo de ensino. A docente enfatizou que achou muito importante o diálogo realizado com os alunos durante a aula, trazendo-os para as atividades e pedindo-lhes sugestões e ideias (Diário de campo, 03/04/2018).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se a Educação Física como uma disciplina ampla e que merece um olhar mais atento nos dias atuais. O docente deve diversificar as experiências e conhecimentos, levando em consideração o contexto em que o aluno está inserido. Destaca-se que a prática docente desenvolvida não se restringiu aos conhecimentos tradicionais da Educação Física, indo para além dos muros da escola, contribuindo para a formação de um cidadão ético, responsável e crítico. Neste sentido a abordagem de Concepções Abertas foi uma escolha acertada, uma vez que considera o aluno como central e vê em seus anseios e dúvidas um espaço para aprendizagens significativas.
5 REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
HILDEBRANDT-STRAMANN, R. Concepções abertas no ensino da Educação Física. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2011.
LIRA NETO, J. F. L. Relações entre a proposta das concepções abertas no ensino da educação física e o método Paulo Freire. Conexões, Campinas, v. 6, n. 2, p. 62-81, 2008.
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