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INTRODUÇÃO
Este relato de experiência docente, construído durante o Estágio Supervisionado II – Anos Finais do Ensino Fundamental, do curso de Educação Física Licenciatura, tem por objetivo apresentar a potencialidade didático-pedagógica das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas aulas de Educação Física.
Conforme a proposta pedagógica de estágio, sustentada em pressupostos teóricos críticos (KUNZ, 2001) e com ênfase na experimentação corporal e discussão crítico-reflexiva, foi desenvolvida uma sequência pedagógica de atletismo composta por nove aulas, sendo que, em seis aulas foram utilizadas as TIC como ponto central das práticas pedagógicas. Assim como identificado por Coll e Monereo (2010), quando utilizadas corretamente, estes suportes educacionais permitem construir conceitos, ressignificar práticas de ensino e qualificar processos de aprendizagens.
A partir da prática docente realizada, ficaram evidentes quatro possibilidades metodológicas das TIC no ensino da Educação Física escolar: para os alunos conhecer, problematizar, pesquisar e assumir protagonismo frente a sua aprendizagem.

METODOLOGIA
Trata-se de um relato da experiência docente construída em 2018 com uma turma de 7º ano composta por 25 estudantes de uma escola pública estadual de Lajeado/RS. Em seis aulas de atletismo foram utilizados aparelhos de celular (da estagiária e dos estudantes) e notebook da escola, todos com acesso às redes de internet pessoais. Os dispositivos eletrônicos foram utilizados para filmar os alunos da turma, reproduzir as filmagens e vídeos de domínio público (youtube) e utilizar ferramentas de pesquisa (google) para dinamizar o acesso às informações e as discussões em aula. Para a coleta das informações foram utilizados diários de campo, realizados depois de cada aula de estágio, e uma discussão com toda a turma, semelhante a um grupo de discussão, realizada na última aula de atletismo para avaliação em grupo dos aprendizados construídos.

POSSIBILIDADES DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS
Os dispositivos eletrônicos permitiram apresentar vídeos sobre o atletismo; visualizar as corridas, saltos e arremessos e lançamentos; analisar os gestos técnicos dos atletas e relacioná-los com grupos de movimentos básicos do ser humano; e compreender as técnicas de saídas baixas, passagens de bastão, salto horizontal e manejo do peso, para executar melhor nas experimentações corporais. Por vezes, os estudantes pesquisaram em ambientes virtuais, tanto em aula quanto em casa, e dialogaram nos grupos de relacionamento para buscar informações e aporte teórico sobre dúvidas e conceitos, as quais pautaram problematizações sobre técnica corporal, treinamento, competição, tempo de reação, bem como analisar o atletismo como fenômeno esportivo, prática de alto-rendimento e espetáculo.
Além disso, os estudantes, em grupos de trabalho, foram responsáveis pela organização de uma prova de atletismo e pela produção de filmagens dos próprios colegas realizando as provas, promovendo a participação inclusiva e colaborativa e a postura dialógica, autônoma e protagonista na construção coletiva das aulas. Através da reprodução das filmagens em aula, foi possível relacionar as discussões teóricas com as práticas corporais realizadas e avançar o entendimento sobre as técnicas das corridas de velocidade, salto em distância e arremesso de peso, bem como mobilizar o diálogo e interesse de todos em ver os colegas e a si mesmo durante as provas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso das TIC permitiu que os estudantes pudessem conhecer, problematizar e pesquisar sobre o atletismo e assumir protagonismo nas aulas. Dessa forma, as TIC potencializam as práticas didático-pedagógicas na Educação Física escolar e corroboraram para a formação para a pesquisa.
Como futuros docentes, a aprendizagem mais significativa condiz com a importância de o professor estar sempre disposto a desafiar-se e a explorar diversas possibilidades didático-pedagógicas para envolver os estudantes nos processos educativos e, sobretudo, favorecer a construção coletiva do conhecimento. Afinal, ensinar exige saber escutar e respeito à autonomia do educando (FREIRE, 1996)

REFERÊNCIAS
COLL, C.; MONEREO, C. Psicologia da educação virtual: aprender e ensinar com as tecnologias da informação e da comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 18. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
KUNZ, E. Didática da Educação Física. 2. ed. Ijuí: UNIJUI, 2001.