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BOLSA ATLETA DO PARADESPORTO: ASPECTOS REGIONAIS
Luis Henrique Domingues Verão das Neves, Dirceu Santos Silva, Marina Brasiliano Salerno

Última alteração: 2021-12-04

Resumo


INTRODUÇÃO
No presente trabalho abordaremos o Bolsa Atleta, política implantada, em 2004, com o objetivo de garantir o apoio financeiro aos atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas. Segundo Corrêa et al. (2014), após os Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, destacou-se a ausência de resultados expressivos dos atletas brasileiros que não conquistaram medalha de ouro, entretanto, nos Jogos Paralímpicos, o Brasil conquistou 6 medalhas de ouro, mas a preocupação pautou-se nos Jogos Olímpicos.
Tal política permanece ativa mesmo com a dissolução do Ministério do Esporte, tornando-se Secretaria Especial do Esporte vinculada ao Ministério da Cidadania, entretanto, nota-se a lacuna de análise da bolsa atleta pelo viés paralímpico e para o presente resumo, apresentaremos parte de uma pesquisa de iniciação científica cujo objetivo foi analisar a distribuição geográfica do Bolsa Atleta, na categoria Pódio, para o paradesporto.

METODOLOGIA
A presente pesquisa caracterizou-se como descritiva, de cunho exploratório, e teve como recorte temporal os anos de 2019 e 2020, pelo fechamento de um ciclo olímpico posterior aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio em 2016. Destaca-se que a interrupção das competições, no ano de 2020, devido à pandemia de COVID-19, acarretou em modificações na política.
A coleta dos dados foi realizada em sites oficiais do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Diário Oficial da União e o banco de dados de Inteligência Esportiva, realizado em parceria entre Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento da Secretaria Especial de Esportes e Centro de Pesquisa em Esporte, Lazer e Sociedade, vinculado à Universidade Federal do Paraná.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Inicialmente, em consulta no site do CPB, no ano de 2019, a quantidade registrada de clubes relacionados ao paradesporto foi de 642 e Roraima foi o único estado ausente.
Das regiões brasileiras e quantidade de clubes encontramos: sudeste com 300, sul com 144, nordeste com 100, centro-oeste e o Distrito Federal somaram 57, e norte com 41. Deste quantitativo, a partir da análise simples do nome dos clubes, verificou-se que 52,72% (n= 338) possuem indicador do público-alvo de atletas com deficiência, e 47,28% (n= 304) não especificam o público-alvo.
Tal indicador pode ser reflexo das políticas de incentivo ao paradesporto que despertam a atenção de clubes que não atendiam as pessoas com deficiência a buscam incluir esse público para acessarem tais verbas.
Nesse contexto, o Bolsa Atleta, no ano de 2019, de forma geral, contemplou 6.650 atletas de modalidades olímpicas e paralímpicas, sendo 293 atletas na categoria pódio. Nesta categoria, 58,36% (n= 171) das bolsas foram destinadas a atletas paralímpicos. No contínuo da linha cronológica, no ano de 2020 a única categoria mantida para o pagamento de Bolsa Atleta foi a Pódio e contemplou 274 atletas, cerca de 60,94% (n= 167) das bolsas foram concedidas a atletas paralímpicos.
Quanto a divisão regional dos contemplados, em 2019, a região sudeste concentrou a maior parte dos bolsistas, com 82 atletas, seguida da região nordeste com 33, sul com 26, centro-oeste com 18 e região norte com 12. Em relação a 2020, observa-se contínua predominância das regiões supracitadas (em mesma ordem), sendo que a região sudeste possui 79 bolsistas, seguida da região nordeste com 33, região sul com 26, centro-oeste com 17 e a região norte com o menor índice de atletas contemplados com 12 bolsas. Nota-se forte relação entre a quantidade de clubes cadastrados no CPB e atletas contemplados, bem como o predomínio do sudeste, região na qual há o primeiro centro de treinamento paralímpico e onde se localiza, atualmente, o CPB.

CONCLUSÃO
A proposta do presente trabalho foi analisar a distribuição geográfica do Programa Bolsa Atleta na categoria Pódio, que teve maior distribuição de bolsas entre atletas paralímpicos em relação aos atletas olímpicos. A relação entre quantidade de atletas contemplados e o quantitativo de clubes cadastrados no CPB foi invertida apenas entre as regiões sul e nordeste, mantendo-se a maior concentração de atletas contemplados na região sudeste e menor número na região norte.
Há necessidade de investigações detalhadas sobre o Bolsa Atleta na categoria Pódio sobre a trajetória do atleta, modalidades de destaque na categoria, e análise dos clubes cadastrados no CPB.

Referências


CORRÊA, A. J. et al. Financiamento Do Esporte Olímpico De Verão Brasileiro: Mapeamento Inicial Do Programa “Bolsa-Atleta” (2005-2011). Pensar a Prática, v. 17, n. 4, 2014.

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