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REFLEXÕES DO PIBID/FEF-UNB SOBRE O ENSINO REMOTO NA EDUCAÇÃO FÍSICA E O TRABALHO COLABORATIVO NA ESCOLA PARQUE 308 SUL NO DF
Última alteração: 2021-09-08
Resumo
INTRODUÇÃO
A pandemia do novo coronavírus desencadeou um processo de mudanças educacionais. No Brasil, impõe-se o ensino remoto emergencial, a partir da ideia de que a educação “não pode parar’’.
Uma vez determinado o retorno das atividades pedagógicas, surge a necessidade de planejar e conceber um ensino que respeite o contexto social vivido, ao mesmo tempo em que defende o direito à educação pública de qualidade.
Os professores de Educação Física (EF) da Escola Parque da 308 Sul (EP), de Brasília, desenvolveram suas atividades pedagógico-administrativas por meio do trabalho colaborativo. Construiu-se um espaço dialógico, enriquecendo a ação docente. Dessa forma, foi possível elaborar uma pedagogia democrática, onde a confiança mútua e o acolhimento afetivo serviram como base estruturante.
O presente pôster visa compreender a dialética existente entre a colaboração e a pedagogia, por meio de análises realizadas pelo coletivo do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (PIBID/FEF-UnB).
METODOLOGIA
O desenvolvimento do trabalho se deu por meio de pesquisa documental e bibliográfica. Para a elaboração do trabalho, utilizaram-se documentos construídos pelos docentes da EP que detalham todo o percurso do ensino, vídeos e fotos produzidos pelos discentes, além de outras fontes secundárias que dialogam com as temáticas educacionais aqui propostas.
DISCUSSÃO
Inicialmente, é fundamental entender que a adoção do ensino remoto emergencial não foi uma medida democraticamente discutida. Segundo Cerri (2020), realizou-se no Brasil uma grande propaganda a respeito do caráter “salvador’’ desse novo contexto. A realidade, entretanto, é que essa forma de ensino não leva em conta condições estruturantes da plurifacetada sociedade brasileira. O que aconteceu, foi o desenvolvimento de uma educação descontextualizada, norteada pela produtividade e que sobrecarregou educandos e educadores (CERRI, 2020 e ALVES, 2020).
É a partir da prática docente consciente e refletida, todavia, que se pode romper com as barreiras impostas por um estilo de ensino limitante (FREIRE, 2020). Esse é o caso dos professores de EF da EP, que priorizaram a formação humana e construíram um processo pedagógico para e com a comunidade escolar. Essa construção não foi espontânea. Só foi possível desenvolver uma educação humanizadora pois os docentes já tinham princípios bem consolidados: o trabalho coletivo, o diálogo e a gestão democrática.
Ao longo da avaliação do processo educativo, o que se investigou não foi o desempenho individual de cada aluno, e sim que tipo de relação foi possível estabelecer entre o professor, o conteúdo, a família e o mundo. Por meio de formulários virtuais, as crianças, com a participação dos responsáveis, podiam expor seus questionamentos, suas vontades, seus aprendizados e suas emoções.
A avaliação do processo de ensino-aprendizagem permite entender qual o objetivo estabelecido para aquela situação educativa. Nesse caso, a finalidade foi a de assegurar o direito à educação de qualidade, partindo da realidade concreta dos estudantes. Esse propósito, de acordo com o Coletivo de Autores (1992), vai além da compreensão técnica de entendimento, alcança as dimensões das suas significações, implicações e consequências pedagógicas, políticas e sociais, possibilitando uma leitura crítica do patrimônio da cultura corporal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contribuição do trabalho colaborativo não foi simplesmente metodológica, trata-se de uma transformação estrutural na forma que se organiza o trabalho pedagógico. O ensino remoto, conforme afirmam Cerri (2020) e Alves (2020) não contempla toda a complexidade do processo educativo. Ele serviu, porém, para provar aquilo que autores como Freire (2020) defendem: não existe educação emancipatória sem a horizontalização das relações pedagógico-administrativas.
A pandemia do novo coronavírus desencadeou um processo de mudanças educacionais. No Brasil, impõe-se o ensino remoto emergencial, a partir da ideia de que a educação “não pode parar’’.
Uma vez determinado o retorno das atividades pedagógicas, surge a necessidade de planejar e conceber um ensino que respeite o contexto social vivido, ao mesmo tempo em que defende o direito à educação pública de qualidade.
Os professores de Educação Física (EF) da Escola Parque da 308 Sul (EP), de Brasília, desenvolveram suas atividades pedagógico-administrativas por meio do trabalho colaborativo. Construiu-se um espaço dialógico, enriquecendo a ação docente. Dessa forma, foi possível elaborar uma pedagogia democrática, onde a confiança mútua e o acolhimento afetivo serviram como base estruturante.
O presente pôster visa compreender a dialética existente entre a colaboração e a pedagogia, por meio de análises realizadas pelo coletivo do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (PIBID/FEF-UnB).
METODOLOGIA
O desenvolvimento do trabalho se deu por meio de pesquisa documental e bibliográfica. Para a elaboração do trabalho, utilizaram-se documentos construídos pelos docentes da EP que detalham todo o percurso do ensino, vídeos e fotos produzidos pelos discentes, além de outras fontes secundárias que dialogam com as temáticas educacionais aqui propostas.
DISCUSSÃO
Inicialmente, é fundamental entender que a adoção do ensino remoto emergencial não foi uma medida democraticamente discutida. Segundo Cerri (2020), realizou-se no Brasil uma grande propaganda a respeito do caráter “salvador’’ desse novo contexto. A realidade, entretanto, é que essa forma de ensino não leva em conta condições estruturantes da plurifacetada sociedade brasileira. O que aconteceu, foi o desenvolvimento de uma educação descontextualizada, norteada pela produtividade e que sobrecarregou educandos e educadores (CERRI, 2020 e ALVES, 2020).
É a partir da prática docente consciente e refletida, todavia, que se pode romper com as barreiras impostas por um estilo de ensino limitante (FREIRE, 2020). Esse é o caso dos professores de EF da EP, que priorizaram a formação humana e construíram um processo pedagógico para e com a comunidade escolar. Essa construção não foi espontânea. Só foi possível desenvolver uma educação humanizadora pois os docentes já tinham princípios bem consolidados: o trabalho coletivo, o diálogo e a gestão democrática.
Ao longo da avaliação do processo educativo, o que se investigou não foi o desempenho individual de cada aluno, e sim que tipo de relação foi possível estabelecer entre o professor, o conteúdo, a família e o mundo. Por meio de formulários virtuais, as crianças, com a participação dos responsáveis, podiam expor seus questionamentos, suas vontades, seus aprendizados e suas emoções.
A avaliação do processo de ensino-aprendizagem permite entender qual o objetivo estabelecido para aquela situação educativa. Nesse caso, a finalidade foi a de assegurar o direito à educação de qualidade, partindo da realidade concreta dos estudantes. Esse propósito, de acordo com o Coletivo de Autores (1992), vai além da compreensão técnica de entendimento, alcança as dimensões das suas significações, implicações e consequências pedagógicas, políticas e sociais, possibilitando uma leitura crítica do patrimônio da cultura corporal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contribuição do trabalho colaborativo não foi simplesmente metodológica, trata-se de uma transformação estrutural na forma que se organiza o trabalho pedagógico. O ensino remoto, conforme afirmam Cerri (2020) e Alves (2020) não contempla toda a complexidade do processo educativo. Ele serviu, porém, para provar aquilo que autores como Freire (2020) defendem: não existe educação emancipatória sem a horizontalização das relações pedagógico-administrativas.
Referências
ALVES, L. Educação Remota: entre a ilusão e a realidade. Revista Educação. v.8, n.3, 2020.
CERRI, L. N. F. Uma inverdade conveniente: o ensino remoto emergencial. Revista Epistemologia e Práxis Educativa, Teresina, ano 03, n. 03, v. 03, set./dez. 2020.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. Coleção Magistério 2° grau – série formação do professor .
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 73.ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: Paz e Terra, 2020.
CERRI, L. N. F. Uma inverdade conveniente: o ensino remoto emergencial. Revista Epistemologia e Práxis Educativa, Teresina, ano 03, n. 03, v. 03, set./dez. 2020.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. Coleção Magistério 2° grau – série formação do professor .
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 73.ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: Paz e Terra, 2020.
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