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REFLEXÕES DO PIBID/FEF-UNB SOBRE O ENSINO REMOTO NA EDUCAÇÃO FÍSICA E O TRABALHO COLABORATIVO NA ESCOLA PARQUE 308 SUL NO DF
Daniel Cantanhede Behmoiras, Roberto Liáo Junior, Geyse Denise Barbosa, Leonardo Cezar dos Santos Silverio, Roni Ivaldo Gomes Barros, Yara Júlia de Oliveira Lima

Última alteração: 2021-09-08

Resumo


INTRODUÇÃO
A pandemia do novo coronavírus desencadeou um processo de mudanças educacionais. No Brasil, impõe-se o ensino remoto emergencial, a partir da ideia de que a educação “não pode parar’’.
Uma vez determinado o retorno das atividades pedagógicas, surge a necessidade de planejar e conceber um ensino que respeite o contexto social vivido, ao mesmo tempo em que defende o direito à educação pública de qualidade.
Os professores de Educação Física (EF) da Escola Parque da 308 Sul (EP), de Brasília, desenvolveram suas atividades pedagógico-administrativas por meio do trabalho colaborativo. Construiu-se um espaço dialógico, enriquecendo a ação docente. Dessa forma, foi possível elaborar uma pedagogia democrática, onde a confiança mútua e o acolhimento afetivo serviram como base estruturante.
O presente pôster visa compreender a dialética existente entre a colaboração e a pedagogia, por meio de análises realizadas pelo coletivo do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (PIBID/FEF-UnB).

METODOLOGIA
O desenvolvimento do trabalho se deu por meio de pesquisa documental e bibliográfica. Para a elaboração do trabalho, utilizaram-se documentos construídos pelos docentes da EP que detalham todo o percurso do ensino, vídeos e fotos produzidos pelos discentes, além de outras fontes secundárias que dialogam com as temáticas educacionais aqui propostas.

DISCUSSÃO
Inicialmente, é fundamental entender que a adoção do ensino remoto emergencial não foi uma medida democraticamente discutida. Segundo Cerri (2020), realizou-se no Brasil uma grande propaganda a respeito do caráter “salvador’’ desse novo contexto. A realidade, entretanto, é que essa forma de ensino não leva em conta condições estruturantes da plurifacetada sociedade brasileira. O que aconteceu, foi o desenvolvimento de uma educação descontextualizada, norteada pela produtividade e que sobrecarregou educandos e educadores (CERRI, 2020 e ALVES, 2020).
É a partir da prática docente consciente e refletida, todavia, que se pode romper com as barreiras impostas por um estilo de ensino limitante (FREIRE, 2020). Esse é o caso dos professores de EF da EP, que priorizaram a formação humana e construíram um processo pedagógico para e com a comunidade escolar. Essa construção não foi espontânea. Só foi possível desenvolver uma educação humanizadora pois os docentes já tinham princípios bem consolidados: o trabalho coletivo, o diálogo e a gestão democrática.
Ao longo da avaliação do processo educativo, o que se investigou não foi o desempenho individual de cada aluno, e sim que tipo de relação foi possível estabelecer entre o professor, o conteúdo, a família e o mundo. Por meio de formulários virtuais, as crianças, com a participação dos responsáveis, podiam expor seus questionamentos, suas vontades, seus aprendizados e suas emoções.
A avaliação do processo de ensino-aprendizagem permite entender qual o objetivo estabelecido para aquela situação educativa. Nesse caso, a finalidade foi a de assegurar o direito à educação de qualidade, partindo da realidade concreta dos estudantes. Esse propósito, de acordo com o Coletivo de Autores (1992), vai além da compreensão técnica de entendimento, alcança as dimensões das suas significações, implicações e consequências pedagógicas, políticas e sociais, possibilitando uma leitura crítica do patrimônio da cultura corporal.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A contribuição do trabalho colaborativo não foi simplesmente metodológica, trata-se de uma transformação estrutural na forma que se organiza o trabalho pedagógico. O ensino remoto, conforme afirmam Cerri (2020) e Alves (2020) não contempla toda a complexidade do processo educativo. Ele serviu, porém, para provar aquilo que autores como Freire (2020) defendem: não existe educação emancipatória sem a horizontalização das relações pedagógico-administrativas.

Referências


ALVES, L. Educação Remota: entre a ilusão e a realidade. Revista Educação. v.8, n.3, 2020.

CERRI, L. N. F. Uma inverdade conveniente: o ensino remoto emergencial. Revista Epistemologia e Práxis Educativa, Teresina, ano 03, n. 03, v. 03, set./dez. 2020.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. Coleção Magistério 2° grau – série formação do professor .

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 73.ed. Rio de Janeiro/ São Paulo: Paz e Terra, 2020.

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