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Formação Continuada Para Professores em Formato Virtual: O Brincar e as Interações Corpo e Movimento na Educação Infantil
Amanda Beatriz Eich, Heloisa Elesbão, Maria Cecília da Silva Camargo

Última alteração: 2021-09-09

Resumo


INTRODUÇÃO
Em março de 2020 fomos surpreendidos pela pandemia de Covid 19, uma doença infecciosa causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), rapidamente se espalhando pelo mundo. De forma abrupta, mudamos nossas relações sociais e de trabalho como forma de conter o contágio pelo vírus. Com isso, as aulas presenciais foram suspensas e posteriormente passaram a ocorrer de forma remota. Da mesma forma, os eventos científicos foram momentaneamente suspensos e posteriormente adaptados ocorrendo de forma virtual.
Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo relatar a experiência vivenciada ao longo de um projeto de formação continuada colaborativa em ambiente virtual com professoras de Educação Infantil (EI). Vinculada a um projeto de extensão do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal de Santa Maria (CEFD - UFSM), em colaboração com escolas municipais de Ensino Fundamental de Santa Maria - RS que possuíam turmas de EI.

METODOLOGIA
Esse trabalho se caracteriza por ser uma pesquisa qualitativa, na qual se utilizou como caminho metodológico o relato de experiência. Participaram da formação 75 professoras que atuam na EI em escolas municipais de Ensino Fundamental. O tema central desta formação foi o brincar e as interações corpo e movimento na EI. Os encontros da formação ocorreram através da plataforma Google Meet, de forma virtual, precedidos por leituras de forma a refletir sobre os assuntos abordados. Assim, ao longo do processo de formação ocorreram diversas atividades (rodas de conversa, palestras, seminário virtual). O seminário virtual consistiu na parte principal, em que as professoras puderam relatar/compartilhar com todos os participantes os conhecimentos construídos coletivamente durante toda a formação em diálogo com o trabalho desenvolvido em suas escolas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Um processo de formação que proponha a produção de narrativas escritas tem como principal caráter a construção de conhecimento de maneira reflexiva e dialógica, conforme Bolívar (2002) e Côco (2014). Nesse sentido, as narrativas escritas acabam por proporcionar o emergir de memórias em relação às experiências brincantes de cada pessoa, em diálogo com suas práticas pedagógicas junto a EI, possibilitando um olhar atento para pensar o corpo e o movimento como centrais na EI (MELLO et al., 2016). Em todo o processo buscamos aproximar as narrativas produzidas pelas professoras com os textos trabalhados durante os encontros e com as palestras proferidas pelos convidados, de modo a possibilitar um processo autoformativo. No entanto, é interessante observar que o número de professoras que participaram das atividades mais diretivas, como as palestras por exemplo, difere do número de narrativas produzidas e provoca indagações sobre o significado da autoria no processo formativo das professoras. Uma vez que a participação das professoras foi muito maior em atividades que possuíam um cunho mais diretivo, ou seja, momentos em que sua participação ocorria de maneira mais passiva, sem que seu papel fosse de protagonismo. Abre-nos a possibilidade para indagarmos os fatores que possam ter levado as professoras a tomarem esse posicionamento frente às propostas colaborativas do projeto. Não é nossa intenção especular acerca do que possa ter motivado essa atitude das professoras, no entanto, tem sido recorrente em pesquisas desenvolvidas em nosso grupo a dificuldade do desenvolvimento de ações que tenham o cunho colaborativo e que possibilitem as professoras terem voz e serem ouvidas, ou seja, serem protagonistas de seu processo de formação.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Afirmamos, que o processo dessa formação continuada trouxe reflexões sobre a prática docente, o brincar e as interações corpo e movimento na EI e ainda possibilitou um agir autônomo e necessário para expressões de sentimentos e emoções que foram demonstradas em palavras (faladas e/ou escritas). Consideramos que as reflexões e estudos acerca dos espaços do brincar na EI são necessários na formação inicial e durante toda a docência de modo a conhecer-se a si e os outros, e analisar quais os espaços disponíveis para este ensino e de que forma ele se dá.
Sendo assim, essas trocas de experiências, por meio das interações estabelecidas com as professoras das escolas e os palestrantes convidados, proporcionaram importantes pensamentos sobre a formação dos atuais e novos profissionais no que diz respeito ao trabalho docente.

Referências


CÔCO, V. A dimensão formadora das práticas de escrita de professores. Curitiba, PR: CRV, 2014.
MELLO, A. da S. et al. A Educação infantil na Base Nacional Comum Curricular: pressupostos e interfaces com a Educação Física. Motrivivência. V.28, n.48, p.130-149, 2016.

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