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EFEITO PRÉ-CONDICIONANTE DA FOTOBIOMODULAÇÃO NA CAPACIDADE DE SPRINTS REPETIDOS DE ATLETAS PROFISSIONAIS DE BASQUETEBOL
Última alteração: 2021-09-07
Resumo
INTRODUÇÃO
A capacidade de sprints repetidos (CSR) é normalmente avaliada pelo desempenho de sprints de curta duração (< 10 segundos) separados por breves períodos de recuperação (< 60 segundos). Os mecanismos fisiológicos associados ao desempenho de sprints repetidos podem ser melhorados por diferentes métodos de treinamento (BISHOP; GIRARD; MENDEZ-VILLANUEVA, 2011) e recursos ergogênicos, como a cafeína e/ou a creatina (SALINERO; LARA; COSO, 2018). No entanto, o uso de recursos ergogênicos exige algumas considerações como: a capacidade responsiva dos sujeitos, a dosagem, um controle nutricional prévio, além do cuidado com possíveis efeitos colaterais.
Uma alternativa de recurso ergogênico não-invasivo e de fácil aplicação é a fotobiomodulação (FBM), que consiste na irradiação de luz sobre tecidos biológicos com o objetivo de induzir reações fotoquímicas. Dentre os mecanismos de ação da FBM, a luz irradiada sobre o tecido muscular aumenta a expressão da citocromo-c-oxidase por desassociar o óxido nítrico – que inibe a respiração mitocondrial – dessa enzima, permitindo o livre fluxo de elétrons e restaurando a captação de oxigênio para a ressíntese de ATP (POYTON; BALL, 2011). Tais mudanças contribuem para fatores importantes do desempenho em sprints repetidos. Assim, a aplicação de FBM pode beneficiar o desempenho nesse tipo de esforço, que é muito comum em modalidades como o basquetebol. Portanto, esse estudo teve como objetivo investigar o efeito pré-condicionante da fotobiomodulação na capacidade de sprints repetidos de atletas profissionais de basquetebol.
MÉTODO
Participaram do estudo 10 atletas masculinos profissionais de basquetebol (Idade: 22,2 ± 1,9 anos; Massa corporal: 86,6 ± 9,6 Kg; Estatura: 192,2 ± 11 cm). Trata-se de um estudo duplo-cego (controlado por placebo), randomizado, em que foram realizadas duas sessões experimentais. Em cada sessão, os participantes realizaram um aquecimento e, em seguida, um sprint de familiarização. Os participantes receberam o tratamento de FBM ou placebo após a familiarização e, em seguida, realizaram o teste de sprints repetidos. Para mensurar a capacidade de realizar sprints repetidos, foi utilizado um teste composto por dez sprints de 30 metros com uma mudança de direção (15 + 15m) separados por 30 segundos de recuperação passiva. O tempo de cada sprint foi registrado por fotocélula de raio único. A partir do tempo de cada sprint, foram calculados o índice de fadiga (IF), o decréscimo de sprint (SDec) e o tempo total do teste. O tratamento de FBM se deu por meio de diodos emissores de luz (LEDT) vermelha e infravermelha (660 e 850nm, 12 J/cm², 83,4 J por ponto, 10 pontos) em contato com a pele nos membros inferiores. Para comparar o desempenho entre condições, foram aplicados modelos lineares mistos, adotando a significância de 5% (p < 0,05), no software R v. 4.0.3. A magnitude das diferenças foi avaliada pelo tamanho de efeito (d de Cohen) calculado a partir dos contrastes entre condições e interpretado como: < 0.2 = trivial; 0.2 – 0.59 = pequeno; 0.6 – 1.19 = moderado; 1.2 – 1.99 = grande; > 2.0 = muito grande.
RESULTADOS
O modelo aplicado revelou não haver diferenças significativas entre as condições placebo e LEDT para as variáveis de tempo total (F[1,9] = 0,204; p = 0,662; ES = 0.06), índice de fadiga (F[1,9] = 2,06; p = 0.169; ES = 0.64) e decrescimento de sprint (F[1,9] = 2,87; p = 0.124; ES = -0.75). Não houve diferença entre o tempo de cada sprint realizado no teste dentro da mesma condição (F[9,171] = 0,861; p = 0,561) ou entre as condições (F[9,171] = 0,438; p = 0,913).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A FBM por meio de LEDT vermelho e infravermelho nos músculos de membros inferiores aplicada antes do exercício não causou melhora significativa na capacidade de sprints repetidos de atletas profissionais de basquetebol. No entanto, a comparação entre as condições apresentou tamanho de efeito moderado para as variáveis FI e SDec - que pode um ter efeito clínico relevante para atletas mais responsivos à LEDT.
A capacidade de sprints repetidos (CSR) é normalmente avaliada pelo desempenho de sprints de curta duração (< 10 segundos) separados por breves períodos de recuperação (< 60 segundos). Os mecanismos fisiológicos associados ao desempenho de sprints repetidos podem ser melhorados por diferentes métodos de treinamento (BISHOP; GIRARD; MENDEZ-VILLANUEVA, 2011) e recursos ergogênicos, como a cafeína e/ou a creatina (SALINERO; LARA; COSO, 2018). No entanto, o uso de recursos ergogênicos exige algumas considerações como: a capacidade responsiva dos sujeitos, a dosagem, um controle nutricional prévio, além do cuidado com possíveis efeitos colaterais.
Uma alternativa de recurso ergogênico não-invasivo e de fácil aplicação é a fotobiomodulação (FBM), que consiste na irradiação de luz sobre tecidos biológicos com o objetivo de induzir reações fotoquímicas. Dentre os mecanismos de ação da FBM, a luz irradiada sobre o tecido muscular aumenta a expressão da citocromo-c-oxidase por desassociar o óxido nítrico – que inibe a respiração mitocondrial – dessa enzima, permitindo o livre fluxo de elétrons e restaurando a captação de oxigênio para a ressíntese de ATP (POYTON; BALL, 2011). Tais mudanças contribuem para fatores importantes do desempenho em sprints repetidos. Assim, a aplicação de FBM pode beneficiar o desempenho nesse tipo de esforço, que é muito comum em modalidades como o basquetebol. Portanto, esse estudo teve como objetivo investigar o efeito pré-condicionante da fotobiomodulação na capacidade de sprints repetidos de atletas profissionais de basquetebol.
MÉTODO
Participaram do estudo 10 atletas masculinos profissionais de basquetebol (Idade: 22,2 ± 1,9 anos; Massa corporal: 86,6 ± 9,6 Kg; Estatura: 192,2 ± 11 cm). Trata-se de um estudo duplo-cego (controlado por placebo), randomizado, em que foram realizadas duas sessões experimentais. Em cada sessão, os participantes realizaram um aquecimento e, em seguida, um sprint de familiarização. Os participantes receberam o tratamento de FBM ou placebo após a familiarização e, em seguida, realizaram o teste de sprints repetidos. Para mensurar a capacidade de realizar sprints repetidos, foi utilizado um teste composto por dez sprints de 30 metros com uma mudança de direção (15 + 15m) separados por 30 segundos de recuperação passiva. O tempo de cada sprint foi registrado por fotocélula de raio único. A partir do tempo de cada sprint, foram calculados o índice de fadiga (IF), o decréscimo de sprint (SDec) e o tempo total do teste. O tratamento de FBM se deu por meio de diodos emissores de luz (LEDT) vermelha e infravermelha (660 e 850nm, 12 J/cm², 83,4 J por ponto, 10 pontos) em contato com a pele nos membros inferiores. Para comparar o desempenho entre condições, foram aplicados modelos lineares mistos, adotando a significância de 5% (p < 0,05), no software R v. 4.0.3. A magnitude das diferenças foi avaliada pelo tamanho de efeito (d de Cohen) calculado a partir dos contrastes entre condições e interpretado como: < 0.2 = trivial; 0.2 – 0.59 = pequeno; 0.6 – 1.19 = moderado; 1.2 – 1.99 = grande; > 2.0 = muito grande.
RESULTADOS
O modelo aplicado revelou não haver diferenças significativas entre as condições placebo e LEDT para as variáveis de tempo total (F[1,9] = 0,204; p = 0,662; ES = 0.06), índice de fadiga (F[1,9] = 2,06; p = 0.169; ES = 0.64) e decrescimento de sprint (F[1,9] = 2,87; p = 0.124; ES = -0.75). Não houve diferença entre o tempo de cada sprint realizado no teste dentro da mesma condição (F[9,171] = 0,861; p = 0,561) ou entre as condições (F[9,171] = 0,438; p = 0,913).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A FBM por meio de LEDT vermelho e infravermelho nos músculos de membros inferiores aplicada antes do exercício não causou melhora significativa na capacidade de sprints repetidos de atletas profissionais de basquetebol. No entanto, a comparação entre as condições apresentou tamanho de efeito moderado para as variáveis FI e SDec - que pode um ter efeito clínico relevante para atletas mais responsivos à LEDT.
Referências
BISHOP, D.; GIRARD, O.; MENDEZ-VILLANUEVA, A. Repeated-Sprint Ability Part II : Recommendations for Training Repeated-Sprint Ability – Part II Recommendations for Training. Sports Medicine, vol. 41, no. 9, p. 741–756, 2011.
POYTON, R. O.; BALL, K. A. Therapeutic photobiomodulation: nitric oxide and a novel function of mitochondrial Cytochrome C Oxidase. Discovery Medicine, vol. 11, no. 57, p. 154–159, 2011.
SALINERO, J. J.; LARA, B.; COSO, J. Del. Effects of acute ingestion of caffeine on team sports performance: a systematic review and meta-analysis. Research in Sports Medicine, vol. 27, no. 2, p. 238–256, 2018. https://doi.org/10.1080/15438627.2018.1552146.
POYTON, R. O.; BALL, K. A. Therapeutic photobiomodulation: nitric oxide and a novel function of mitochondrial Cytochrome C Oxidase. Discovery Medicine, vol. 11, no. 57, p. 154–159, 2011.
SALINERO, J. J.; LARA, B.; COSO, J. Del. Effects of acute ingestion of caffeine on team sports performance: a systematic review and meta-analysis. Research in Sports Medicine, vol. 27, no. 2, p. 238–256, 2018. https://doi.org/10.1080/15438627.2018.1552146.
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