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INTRODUÇÃO
As artes marciais compõem um tema pouco estudado na área da educação física e Correia e Franchini (2010) constataram isso a partir de um levantamento bibliográfico realizado nos principais periódicos da educação física, de 1998 a 2008. Gonçalves e Silva (2013) também efetuaram uma pesquisa acerca dos discursos que tratam sobre as lutas e as artes marciais. Em ambos estudos não encontramos pesquisas sobre o Aikido. Essa arte marcial japonesa pode ter como tradução caminho (DO) de harmonização (AI) com a energia vital (KI). Seu principal objetivo é o autoconhecimento e uma vida plena onde há uma busca pela harmonia com a natureza e com as pessoas que convivemos (UESHIBA, 2005). Somado a essas características, o Aikido não envolve competições esportivas, assim, seus objetivos aproximam-se mais dos aspectos da educação, do lazer ou da saúde. Diante disso, nosso objetivo é investigar como se encontra a produção de conhecimento sobre o Aikido em periódicos da Educação Física no Brasil.

METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012) sobre o Aikido. Para tanto, buscou-se nas revistas brasileiras da educação física na classificação de B5 a A2 no escopo Qualis-Capes do período de 2013 a 2016. Em cada revista, catalogamos todos os estudos com o descritor “aikido” no título, resumo, assunto e palavras-chaves. Assim, foram lidos os textos na íntegra e destacamos qual a maneira que estudaram o Aikido, pontuando a data de publicação, qualis da revista, título do artigo, com isso, mapeando essa pequena produção bibliográfica.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a navegação on-line pelas revistas científicas da área da Educação Física, encontramos três artigos. O artigo científico mais antigo foi publicado em 2009 no periódico Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, atualmente com qualis B1. Tal texto tem como título “Estudo comparativo da força de preensão isométrica máxima em diferentes modalidades esportivas” e seu objetivo foi comparar a força de preensão isométrica máxima em praticantes de aikido, judo, jiu-jitsu, remo e o grupo de pessoas não treinadas (BORGES JUNIOR et al, 2009).
O próximo artigo sobre Aikido foi publicado nove anos depois na Revista Brasileira de Ciência e Movimento (Qualis B2), intitulado “Efeitos crônicos do aikido sobre pressão arterial e composição corporal”. Almeida et al (2018) examinaram as implicações do treinamento dessa arte marcial nas variáveis hemodinâmicas em seis indivíduos (entre 23 e 33 anos), em um estudo descritivo com foco longitudinal, durante seis semanas com três treinos semanais. Eles concluíram que essas condições foram suficientes em promover reduções significativas em torno do percentual de gordura, pressão arterial diastólica e frequência cardíaca (ALMEIDA et al, 2018).
A última redação científica sobre o Aikido foi divulgada no ano corrente na Revista da Educação Física (UEM) que possui atualmente Qualis B1. Gema Neto et al (2021) elaborou uma investigação sobre a aprendizagem de um movimento específico com uso do bastão, discutindo sobre a percepção do quadril na estocada do bastão.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, indicamos que ainda há poucos estudos sobre o Aikido em periódicos da Educação Física. Dessas investigações prevalecem aqueles ligados aos aspectos biodinâmicos e do comportamento motor, sendo relevante ampliar os investimentos tanto nesses aspectos já destacados quanto em estudos filosóficos e sócio-culturais. Assim, sugerimos ampliar essa análise da produção de conhecimento sobre Aikido para teses, dissertações e trabalhos de conclusões de curso, no intuito de ter um debate mais profundo acerca essa essa produção de conhecimento.