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O judô tem como base a máxima eficiência do corpo para a reprodução de técnicas com um menor gasto de energia, ao utilizar a força do seu adversário para vencê-lo, portanto, acessível a todas as pessoas independente de idade, sexo ou tamanho (BULL, 2008). Dessa forma, o judô pode ser considerado uma ferramenta de ensino e aprendizagem não só para competições e alto rendimento, mas como terapia, tendo em vista que, por intermédio da luta, existe a socialização e interação com outros indivíduos (RUFFONI, 2004).
Segundo Teles e Cruz (2018), o esporte é um grande aliado para as crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), promovendo melhoras nos aspectos afetivos, motor, cognitivo e social. Sendo assim, o objetivo desse trabalho é investigar as contribuições da prática desportiva do judô para o desenvolvimento global do aluno com TEA.

METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva com abordagem qualitativa, de natureza aplicada e que utiliza como método o estudo de caso por caracterizar e discorrer sobre uma realidade local (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2012). A seleção da amostra ocorreu em uma academia situada na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, a partir das aulas de judô ministradas duas vezes na semana com uma hora de duração.
A escolha do aluno com TEA se deu através do convívio, interação, ação direta e acompanhamento de longo prazo com o próprio, justificando, assim, o estudo de caso. Os informantes da pesquisa foram os responsáveis pela criança, denominados por responsável 1 e responsável 2, e a professora de judô responsável pelas aulas do aluno.
Para essa investigação, foram utilizados dois instrumentos: um Questionário sociodemográfico elaborado pelos autores, e uma entrevista semiestruturada elaborada pelos autores aplicada pela autora principal. As entrevistas foram gravadas, salvas e transcritas para posterior avaliação.

RESULTADOS
Através da entrevista com os responsáveis e da professora, destacam-se algumas contribuições da prática do judô para o aluno com TEA, como a autoproteção da criança em situações de desequilíbrio e queda. “[...] agora ele sabe cair né? Então antes, o meu filho quando ele caía, ele geralmente machucava o rosto [..]” (Responsável 2).
Pela percepção do responsável, o desenvolvimento da técnica de queda (ukemi) pelo aluno no Judô proporcionou benefícios para a vida diária, controlando a forma de queda e evitando danos físicos. Sabe-se que algumas crianças com TEA enfrentam dificuldades para desempenharem suas atividades diárias entre outras, sendo a atividade física uma aliada para que melhorias sejam desenvolvidas nesses aspectos (SOARES; CAVALCANTE NETO, 2015).
Outros benefícios percebidos foram na coordenação motora fina, que, segundo o Responsável 1, melhorou bastante depois da introdução do Judô na rotina de atividades. No que tange a socialização, a professora responsável destacou que, depois de algumas aulas, o aluno estava bem adaptado ao ambiente de aula, tanto com outras crianças, quanto com outros adultos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio da percepção dos responsáveis e da professora da criança com TEA, verifica-se as contribuições positiva da prática do judô no desenvolvimento global, na socialização e na afetividade do aluno com TEA.