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CORPO E DESINSTITUCIONALIZAÇÃO EM SAÚDE MENTAL: CONSTRUINDO PRÁTICAS DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL
Maria Dias, Allana Araújo, Ana Amorim, Denize Salgado, mackson costa, Deyse Ferreira

Última alteração: 2010-09-15

Resumo


A reforma psiquiátrica brasileira visa à desconstrução de saberes, discursos e práticas que sustentam a loucura reduzida à doença mental e o hospital psiquiátrico como a principal referência assistencial em saúde mental. Dentre os desafios que tal processo encontra, destacamos a necessidade de avançar na dimensão sócio-cultural da desinstitucionalização, sobremaneira nas estratégias e práticas de reabilitação psicossocial e reinserção social. Essas são construídas a partir do convívio cotidiano dos usuários de serviços de saúde mental na circulação pelas cidades e reapropriação do seu corpo enquanto sujeito. Assim, as práticas corporais podem constituir ferramentas de cuidado no processo de desospitalização de moradores de hospitais psiquiátricos. Essas pessoas possuem na sua história um empobrecimento no exercício de sua motricidade em detrimento de uma experiência controladora sobre seu corpo. Apostamos em práticas corporais que possam colocar o sujeito em contato consigo mesmo através da descoberta de seu corpo e motricidade, para a apropriação do espaço e do tempo que pertencem a ele e ao seu entorno. Portanto, pretendemos investigar as práticas de desinstitucionalização que vem sendo efetivadas junto a esses usuários em hospital psiquiátrico da cidade de Natal-RN e propor oficinas corporais aliadas as mesmas como forma de potencializar esse processo. Para tanto, adotamos a pesquisa-intervenção, realizando observação participante no cotidiano do grupo de moradores e no trabalho dos profissionais. Trabalhamos com entrevistas semi-estruturadas com usuários e técnicos, bem como com a construção de oficinas corporais e grupos focais com os pacientes e equipe multiprofissional. Já encontramos condições díspares entre os grupos de moradores do sexo masculino e feminino, bem como nas equipes responsáveis por cada um, no tocante à abertura ao processo de desinstitucionalização e a práticas nesse rumo. Constatamos a existência de poucas  e não sistemáticas atividades extra-muros. Verificamos a ausência de projetos que envolvam a expressão corporal dentro do hospital.


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