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Este trabalho busca relatar as práticas desenvolvidas no Estágio Supervisionado em Educação Física (EF) no Ensino Fundamental (6º Ao 9º Ano), no curso de Licenciatura em EF da Universidade Federal do Tocantins (UFT), no Câmpus de Miracema. O objetivo que tínhamos com nossos alunos era desenvolver conhecimentos, competências e atitudes referentes à atuação docente em EF nos anos finais do ensino fundamental. Inicialmente foi realizado um diagnóstico nas escolas que antecederam as intervenções e, após essa etapa, foi realizado o planejamento das ações de forma conjunta com os estudantes. Os alunos realizaram seis observações prévias e ministraram em torno de 20 aulas ao longo do período, duas vezes por semana. Os encontros para a discussão e reflexão da prática pedagógica, denominado de Organização do Trabalho Pedagógico (OTP) aconteceram quinzenalmente. Muitos foram os desafios apresentados no momento das aulas, tanto pelos professores da disciplina, quanto pelos alunos. Percebemos que há muita dificuldade dos alunos em planejar as atividades, construir objetivos, articular concepções e abordagens da EF escolar com o planejamento e a prática docente. Entendemos, também, que essas limitações podem ser superadas ao longo da carreira, no entanto é papel da formação inicial apontar as principais fragilidades na atuação dos futuros profissionais. Além disso, também enfrentamos resistência, por parte dos alunos, referente a concepção de algumas escolas em relação às aulas de EF. Surgiram tensões no momento do planejamento e nas experiências nas aulas, pois uma das escolas compreende que a Educação Física precisa ter, obrigatoriamente, uma aula teórica e uma aula prática durante a semana, já nossos estudantes defendiam que teoria/prática deveriam andar de forma conjunta, sem haver a necessidade semanal da separação entre as mesmas, pois a teoria poderia ser explicada e incorporada por meio das aulas práticas. Nesse sentido, entendemos que os alunos estagiários demostraram compreender a importância do “mover” nas aulas de Educação Física. Outra dificuldade encontrada pelos acadêmicos estava relacionada à concepção tradicional de Educação Física dos alunos da escola e a resistência em reconstruir coletivamente essa perspectiva. Uma das escolas não tinham espaços específicos para a realização das práticas, então, de forma conjunta (supervisores, professores, estagiários e gestores) foi criado o Laboratório de Práticas Corporais na instituição, onde aconteceram vivências principalmente em dança e ginástica. O material destinada às aulas era escasso, alguns alunos optavam por utilizar materiais da UFT para a realização das aulas, no entanto alguns materiais sumiram e outras estratégias tiveram que ser pensadas, como a construção de matérias alternativos. Entendemos o estágio curricular como um dos principais momentos da formação inicial dos acadêmicos, visto que é nele onde ocorrem as primeiras experiências concretas em relação à docência nas escolas.