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PROJETO BRINCANDO DE CIRCO: PRÁTICAS COMPARTILHADAS NO COTIDIANO ESCOLAR
Bianca Jahel Boreli, Matheus Marin de Freitas, Lucas Oliveira Rodrigues de Carvalho, Juliana Martins Cassani

Última alteração: 2017-06-20

Resumo


O objetivo desse estudo é apresentar possibilidades de atuação profissional no campo da Educação Física (EF), especificamente para o trabalho com as artes circenses como conteúdo de ensino. Para tanto, dialoga com a professora Bianca Jahel Boreli e posteriormente projeta a sistematização desse conteúdo em todos os anos do ensino fundamental (EF) I. Acenamos para uma organização pedagógica que assuma as artes circenses como conteúdo na relação com os projetos institucionais, em um movimento que nos permite pensar e projetar uma integração curricular.
Deste modo, operamos usos e consumos (CERTEAU, 2002) sobre a gestualidade corporal e artística do Circo no cotidiano escolar, especificamente pelas práticas produzidas na EF. Essa aproximação, de natureza histórica, permite-nos compreender como a arte circense é (re)apropriada e sistematizada em saberes escolarizados, configurando as especificidades desse componente curricular.

REFERENCIAL TEÓRICO
Fundamentamo-nos na perspectiva da pesquisa narrativa autobiográfica (SOUZA, 2006). Compreendemos que, ao se narrar, a docente atribui diferentes sentidos às suas experiências, produzindo, pela exteriorização do conhecimento sobre si e das diversas dimensões dos saberes pedagógicos, um processo de reflexão e interpretação dos seus percursos de formação.

DISCUSSÃO
O projeto “Brincando no Circo” foi realizado em um semestre com os alunos do 1º ano do ensino EF da Escola Neuza Maria Pireneau, localizada em Serra/ES, em 2012. A inspiração da professora Bianca para trabalhar com o conteúdo artes circenses nasce da sua motivação em construir uma prática pedagógica fundamentada na ludicidade.
Com base no ensino das artes circenses, a professora estabeleceu relações com os jogos, brincadeiras, dança e ginástica artística. Bianca narra que, “[...] eu comecei com artes circenses, que é uma coisa mais lúdica [...], depois eu introduzi a ginástica artística e depois movimentos mais específicos”.
Apesar da diversidade de experiências mediada por Bianca, não houve diferenciação do que se ensina nos diferentes anos de escolarização, o que nos remete a um problema com o qual a EF tem se deparado, qual seja, a definição "do que ensinar" e "quando ensinar". De um lado, não há a diversificação dos conteúdos; de outro, há uma repetição do que é ensinado, sem um aumento de sua complexidade ou diversificação que leve em consideração o quando e por que ensinar (MATOS et al., 2015; SCHNEIDER; BUENO, 2005). Diante desse contexto, problematizamos, com ela, a necessidade de realizarmos uma progressão pedagógica para as artes circenses, projetando-as para todo o ensino fundamental I.
Para tanto, consideramos os sentidos da aprendizagem (em sua dimensão motora, psicológica, social, relacional, cultural e histórica), o contexto do ensino fundamental, a estrutura oferecida, a formação do professor e o próprio conteúdo em sua distribuição. Selecionamos e organizamos os conteúdos em uma proposição vertical e horizontal, ou seja, em ordem sequencial, em níveis cada vez mais complexos, respeitando as características, as necessidades e as expectativas dos sujeitos envolvidos, especialmente as crianças.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Demos visibilidade ao projeto desenvolvido pela professora Bianca, com o objetivo de apresentar uma possibilidade de progressão pedagógica para o conteúdo artes circenses, relacionando com o projeto da escola “Meio ambiente, consciência ecológica e reciclagem”. Tomamos a escola como referência e o trabalho pedagógico que é realizado nela para dialogar com diferentes componentes curriculares. Há a necessidade de novas iniciativas que acenem para aquilo que se faz no espaço/tempo da escola, bem como de pesquisas futuras que pensem nas implicações de uma pedagogia que fortaleça o trabalho da EF na Educação Básica.

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