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Percepções sobre condições que envolvem o trabalho docente nas aulas de Educação Física na escola pública paulistana
Última alteração: 2017-06-19
Resumo
1 INTRODUÇÃO
Docentes de Educação Física (EF), de uma maneira geral, ministram suas aulas em busca de diferentes objetivos, como aprimorar o desenvolvimento motor e psicomotor dos alunos, ensinar conhecimentos relacionados com a promoção da saúde, desenvolver o posicionamento crítico dos discentes sobre as manifestações da cultura corporal de movimento, debater sobre aspectos culturais que envolvem as práticas corporais, entre outros.
Diversos fatores influenciam o trabalho docente na escola, o que provoca consequências em relação ao alcance dos objetivos educacionais almejados. Questões de ordem econômica, política, estrutural, cultural, organizacional e pedagógica fazem parte do cotidiano dos docentes (SACRISTÁN, 1998).
A EF é influenciada por essa miríade de questões, uma vez que os professores ministram as suas aulas imersos em sistemas educativos complexos.
Partindo dessas premissas, o objetivo desse estudo foi compreender como gestores e professores de EF que atuavam em escolas públicas municipais de uma Diretoria Regional de Educação da zona leste da cidade de São Paulo percebiam os fatores que influenciavam de forma positiva e/ou negativa a prática pedagógica do professor de EF.
2 METODOLOGIA
Para atingir os objetivos do estudo, foi realizada uma pesquisa de campo, de caráter quantitativo-descritivo, em 37 escolas de Ensino Fundamental, onde 79 docentes de EF e 56 gestores responderam a uma entrevista estruturada seguindo um roteiro de questões fechadas com itens em escala, a partir do estudo desenvolvido por Maldonado (2012).
Os colaboradores do estudo manifestaram sua percepção sobre fatores intervenientes no trabalho docente em EF, previamente explicados pelo pesquisador aos entrevistados, classificando-os em uma escala de 1 a 7, onde 1 = Dificulta extremamente, 2 = Dificulta muito, 3 = Dificulta pouco, 4 = Não dificulta ou facilita, 5 = Facilita pouco, 6 = Facilita muito e 7 = Facilita extremamente.
3 DESCRIÇÕES, RESULTADOS, INTERPRETAÇÕES...
A maioria dos fatores que dificultavam o trabalho docente em EF se relacionou a aspectos sociais, políticos, institucionais e organizacionais, tais como: baixa remuneração, intensificação do trabalho docente (lecionar em mais de uma escola, cumprir diferentes funções além da docência, etc.), precárias condições de trabalho (número elevado de alunos por turma, falta de estrutura para receber os estudantes com deficiência, etc.), e controle profissional.
A maioria dos fatores que facilitavam o trabalho docente em EF se relacionou à organização da rede de ensino que possibilitava formação continuada dentro do horário de trabalho para uma parcela dos docentes, contar com uma equipe gestora concursada e, por isso, permanente na escola; e outros aspectos organizativos da própria escola como a aquisição de materiais didáticos, boa relação interpessoal entre os funcionários; o conhecimento didático dos próprios professores. Tais aspectos propiciavam um ambiente adequado ao desenvolvimento de aulas produtivas, com conteúdos diferenciados; e com pouca sensação de influência relativa a aspectos de ordem sociopolítica e cultural como, por exemplo, a EF ser mantida como componente curricular obrigatório e os alunos se interessarem pelas aulas de EF.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática pedagógica dos professores de EF pesquisados, independentemente dos pressupostos teóricos que utilizavam para fundamentá-la, era efetivada com o enfrentamento de diversos obstáculos de ordem macroestrutural e os docentes não tinham controle sobre todos eles durante suas aulas, o que constituía uma dificuldade.
Para superar essas dificuldades, esses profissionais contavam com condições que envolviam questões organizativas da rede de ensino e da própria escola onde atuavam, utilizavam seus conhecimentos didático-pedagógicos para ministrar as suas aulas de EF e, para conseguir propor aulas bem sucedidas, precisavam tem um compromisso elevado com o trabalho, por conta da dura realidade que enfrentavam no cotidiano escolar público municipal em São Paulo.
5 REFERÊNCIAS
MALDONADO, D. T. Implementação da proposta curricular de Educação Física do município de São Paulo: análise a partir do cotidiano escolar. [Dissertação]. São Paulo (SP): Universidade São Judas Tadeu; 2012.
SACRISTÁN, G. O currículo: os conteúdos de ensino ou uma análise da prática? In__SACRISTÁN, G.; PÉREZ GÓMEZ, A. I. Compreender e Transformar o Ensino. 4 ª ed. São Paulo: Artmed, 1998.
Docentes de Educação Física (EF), de uma maneira geral, ministram suas aulas em busca de diferentes objetivos, como aprimorar o desenvolvimento motor e psicomotor dos alunos, ensinar conhecimentos relacionados com a promoção da saúde, desenvolver o posicionamento crítico dos discentes sobre as manifestações da cultura corporal de movimento, debater sobre aspectos culturais que envolvem as práticas corporais, entre outros.
Diversos fatores influenciam o trabalho docente na escola, o que provoca consequências em relação ao alcance dos objetivos educacionais almejados. Questões de ordem econômica, política, estrutural, cultural, organizacional e pedagógica fazem parte do cotidiano dos docentes (SACRISTÁN, 1998).
A EF é influenciada por essa miríade de questões, uma vez que os professores ministram as suas aulas imersos em sistemas educativos complexos.
Partindo dessas premissas, o objetivo desse estudo foi compreender como gestores e professores de EF que atuavam em escolas públicas municipais de uma Diretoria Regional de Educação da zona leste da cidade de São Paulo percebiam os fatores que influenciavam de forma positiva e/ou negativa a prática pedagógica do professor de EF.
2 METODOLOGIA
Para atingir os objetivos do estudo, foi realizada uma pesquisa de campo, de caráter quantitativo-descritivo, em 37 escolas de Ensino Fundamental, onde 79 docentes de EF e 56 gestores responderam a uma entrevista estruturada seguindo um roteiro de questões fechadas com itens em escala, a partir do estudo desenvolvido por Maldonado (2012).
Os colaboradores do estudo manifestaram sua percepção sobre fatores intervenientes no trabalho docente em EF, previamente explicados pelo pesquisador aos entrevistados, classificando-os em uma escala de 1 a 7, onde 1 = Dificulta extremamente, 2 = Dificulta muito, 3 = Dificulta pouco, 4 = Não dificulta ou facilita, 5 = Facilita pouco, 6 = Facilita muito e 7 = Facilita extremamente.
3 DESCRIÇÕES, RESULTADOS, INTERPRETAÇÕES...
A maioria dos fatores que dificultavam o trabalho docente em EF se relacionou a aspectos sociais, políticos, institucionais e organizacionais, tais como: baixa remuneração, intensificação do trabalho docente (lecionar em mais de uma escola, cumprir diferentes funções além da docência, etc.), precárias condições de trabalho (número elevado de alunos por turma, falta de estrutura para receber os estudantes com deficiência, etc.), e controle profissional.
A maioria dos fatores que facilitavam o trabalho docente em EF se relacionou à organização da rede de ensino que possibilitava formação continuada dentro do horário de trabalho para uma parcela dos docentes, contar com uma equipe gestora concursada e, por isso, permanente na escola; e outros aspectos organizativos da própria escola como a aquisição de materiais didáticos, boa relação interpessoal entre os funcionários; o conhecimento didático dos próprios professores. Tais aspectos propiciavam um ambiente adequado ao desenvolvimento de aulas produtivas, com conteúdos diferenciados; e com pouca sensação de influência relativa a aspectos de ordem sociopolítica e cultural como, por exemplo, a EF ser mantida como componente curricular obrigatório e os alunos se interessarem pelas aulas de EF.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática pedagógica dos professores de EF pesquisados, independentemente dos pressupostos teóricos que utilizavam para fundamentá-la, era efetivada com o enfrentamento de diversos obstáculos de ordem macroestrutural e os docentes não tinham controle sobre todos eles durante suas aulas, o que constituía uma dificuldade.
Para superar essas dificuldades, esses profissionais contavam com condições que envolviam questões organizativas da rede de ensino e da própria escola onde atuavam, utilizavam seus conhecimentos didático-pedagógicos para ministrar as suas aulas de EF e, para conseguir propor aulas bem sucedidas, precisavam tem um compromisso elevado com o trabalho, por conta da dura realidade que enfrentavam no cotidiano escolar público municipal em São Paulo.
5 REFERÊNCIAS
MALDONADO, D. T. Implementação da proposta curricular de Educação Física do município de São Paulo: análise a partir do cotidiano escolar. [Dissertação]. São Paulo (SP): Universidade São Judas Tadeu; 2012.
SACRISTÁN, G. O currículo: os conteúdos de ensino ou uma análise da prática? In__SACRISTÁN, G.; PÉREZ GÓMEZ, A. I. Compreender e Transformar o Ensino. 4 ª ed. São Paulo: Artmed, 1998.
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