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CORRA DAS DROGAS: EXPERIÊNCIA DE PREVENÇÃO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA POR MEIO DA CORRIDA
Diogo Dias de Paula Muniz, José Henrique Santos

Última alteração: 2017-06-20

Resumo


Pesquisas recentes têm demostrado que o consumo de drogas por adolescentes e jovens tem aumentado no Brasil (UNODOC, 2015; CARLINI et al, 2010), e são baixas as expectativas de reversão dessa tendência, face aos problemas contemporâneos na sociedade. Segundo Schenker (2008, p.13) “o início de uso de drogas se dá, geralmente, na adolescência”, e consiste no consumo de bebidas alcoólicas, tabaco, maconha e cocaína.
A escola tem sido considerada como espaço fecundo para articular ações de prevenção do uso de drogas e promoção de saúde (DALBOSCO; PEREIRA, 2013, p. 5).
Considerando que a Educação Física (EF) é um espaço privilegiado para o desenvolvimento de projetos que integrem a prática esportiva e a prevenção às drogas, idealizamos um projeto pedagógico que recorre à prática da corrida como meio promotor de transformação social, dentro e fora da escola, engajando os alunos em ações de prevenção à dependência química visando formar sujeitos autônomos, críticos e saudáveis.
Este texto objetiva descrever a experiência pedagógica intitulada “Corra das Drogas”, através da qual articulou-se conhecimentos sobre os benefícios da corrida e os malefícios das drogas na perspectiva crítica, reflexiva, dialógica e de alteridade entre os atores sociais.

METODOLOGIA
Essa experiência ocorreu de março/junho de 2013 com 280 alunos do 1° ao 5° anos de EF em uma Escola Municipal do Rio de Janeiro, vivenciada em dois cenários: a escola e a praia.
Na escola, em encontros de 2h/sem., desenvolvemos conhecimentos relativos aos benefícios da corrida e malefícios das drogas. Na praia, as ações sistematizadas geraram a interação dos alunos com o público (sociedade) visando a conscientização sobre os temas desenvolvidos nas aulas.
A modalidade de avaliação de ensino-aprendizagem foi formativa no decurso da unidade e abrangeu as três dimensões do conteúdo (DARIDO; RANGEL, 2008, p. 130).

DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
Na Escola, a estratégia pedagógica para o desenvolvimento dos conteúdos contemplou a prática dos fundamentos da corrida, e sessões teóricas abordando as consequências danosas das drogas para o ser humano mediante exposição oral, pesquisas, rodas de conversas, discussões e reflexões a partir de imagens e vídeos. Visando a intervenção no meio social, os alunos produziram folhetos, criaram um blog e compuseram uma música que articulou o tema corrida com a prevenção às drogas.
A partir da formação na escola, selecionamos 40 alunos oriundos das turmas envolvidas no projeto para a ação social na Praia de Copacabana, RJ. No ambiente social, os alunos realizaram aquecimento, corridas, corrida cantada, entrega de folhetos, e recreação na areia. As falas e expressões corporais dos atores sociais impactaram centenas de pessoas na orla, que apoiaram e incentivaram a iniciativa.
A avaliação de todos os alunos baseou-se nas dimensões conceitual (conhecimentos dos benefícios da corrida e malefícios das drogas), procedimental (correr com e para os outros, entregando folhetos) e atitudinal (agir entendendo limites, tolerando diferenças) (DARIDO; RANGEL, 2008, p. 130).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A experiência Corra das Drogas articulou a prática da Corrida à prevenção ao uso de drogas. Os participantes ampliaram suas habilidades motoras, por meio da prática esportiva, bem como habilidades cognitivas, análise e reflexão por meio das atividades letivas e de ação social promovidas no projeto.
O projeto se mostrou uma importante ferramenta pedagógica para uma aprendizagem crítica e reflexiva, em que os estudantes vivenciaram novos sentidos e significados, tanto da corrida, quanto para o entendimento de como as drogas podem ser prejudiciais ao projeto de viver/sonhar uma vida melhor.

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