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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: LEGALIDADE X LEGITIMIDADE E OS ASPECTOS INFRAESTRUTURAIS
Rafael Santiago de Souza, Martha Benevides da Costa

Última alteração: 2017-06-20

Resumo


INTRODUÇÃO
A Educação Física é componente curricular obrigatório na Educação Básica. Porém, ela não consegue se legitimar porque as práticas não justificam sua presença no currículo escolar (SOUZA JUNIOR, 2001). Faz-se relevante, portanto, conhecer a realidade para organizar modos e estratégias para nela intervir. O objetivo geral da pesquisa foi analisar se a infraestrutura e os materiais educativos disponibilizados nas escolas estaduais do Território de Identidade 18/Litoral Norte e Agreste Baiano do Estado da Bahia contribuem para a legitimação da Educação Física como componente curricular. Esta pesquisa está vinculada ao estudo Levantamento da Educação Física nas Escolas Estaduais do Território de Identidade 18/Litoral Norte e Agreste Baiano, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNEB. Os objetivos específicos foram compreender a influência da infraestrutura escolar no desenvolvimento pedagógico da Educação Física; identificar a infraestrutura e os materiais educativos disponibilizados nas escolas; analisar a relação infraestrutura e materiais educativos com as perspectivas pedagógicas da Educação Física e com o trabalho escolar.

METODOLOGIA
A pesquisa é qualitativa/quantitativa. Foram pesquisadas 10 escolas, de 8 Municípios localizados no Território de Identidade 18/Litoral Norte e Agreste Baiano. A coleta de dados fez uso de questionário semiaberto respondido por professores que ministram aulas de Educação Física e diretores das escolas e entrevistas semiestruturada com professores. As entrevistas foram analisadas com Análise de Conteúdo Temática e os questionários com Análise Estatística Descritiva.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre os professores de Educação Física, 40% não tinham formação na área. No que diz respeito aos conteúdos, as respostas de diretores e professores mostraram que os esportes têm centralidade e, portanto, outras experiências que compõem o universo da cultura corporal são menos trabalhadas nas escolas. Quanto à infraestrutura disponibilizada para as aulas de Educação Física, o que os dados mostraram é que se faz uso de quadras poliesportivas, em sua maioria sem cobertura, de salas de aula, de pátios. Em 14,28% das escolas, houve busca de parcerias com espaços municipais para sanar carências das escolas. Apenas 7,14% das escolas tomam a biblioteca e a sala de informática como espaços-tempos de reflexão sobre temas da Educação Física. De modo predominante, tem-se as bolas como material disponível. Ou seja, pode-se inferir que as modalidades esportivas nas quais os estudantes estão sendo inseridos são aquelas que fazem uso deste instrumento. Pouco se fala do uso de textos como recurso das aulas.

CONCLUSÕES
Os materiais e espaços disponíveis para as aulas de Educação Física nas escolas pesquisadas possibilitam inferir que o esporte se perpetua como conteúdo predominante da Educação Física. Não se pode a partir disto afirmar que se tem uma Educação Física tecnicista. Mas se pode dizer que outros conteúdos da Educação Física têm sido secundarizados e até mesmo modalidades esportivas que não se concretizam em quadras nem com o uso do instrumento bola têm sido secundarizadas. Esta limitação não contribui para que a Educação Física se legitime como componente curricular. O levantamento da realidade mostra uma Educação Física centrada no fazer pelo fazer e que a infraestrutura e os materiais disponibilizados reforçam esta perspectiva.

REFERÊNCIAS
COSTA, Ângela Maria Santos. Condições Infraestruturais e o Ensino e Aprendizagem da Educação Física Escolar. 2012. Monografia (Conclusão de Curso de Graduação)- Universidade do Estado da Bahia, Alagoinhas, 2012.

MATOS, Marcelo da Cunha. Espaço Físico Escolar: Objeto Indispensável para a Educação Física? Anais do XI Encontro Fluminense de Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Agosto, 2015.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento. 9. ed. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO, 1996.

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