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A INTERPRETAÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS E A ESTRUTURA CURRICULAR EM EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA ANÁLISE EM INSTITUIÇÕES NO RIO GRANDE DO SUL
Alexandre Scherer, Deninson Ferenci Nunes, Marcos Armani Ramirez, Gabriela Quilmes Mendelski, Alexandre Diogo Platt

Última alteração: 2017-08-11

Resumo


INTRODUÇÃO
A publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a formação de licenciados e de bacharéis nos anos de 2002 e de 2004 configurou interpretações diferenciadas na formação em Educação Física no Brasil. Neste sentido, o objetivo deste estudo procurou compreender de que forma se estruturam os currículos de formação em Educação Física de cinco instituições no Rio Grande do Sul?

OS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Para Benites, Souza Neto e Hunger (2006) o currículo de licenciatura dos anos 1970 foi centrado na formação do técnico esportivo sustentado em conhecimentos biológicos e no “saber-fazer”. Este modelo de formação foi usado até os anos de 1980 quando a Resolução n°. 03/1987 reorganizou a formação em Educação Física possibilitando a divisão em licenciatura e bacharelado. Este processo se estendeu até 2002 quando o Ministério da Educação propôs novas DCN. Com base nestas orientações a interpretação inicial foi de que a formação de professores para atuar na educação básica seria específica (SILVA, 2010) e se efetivou uma DCN para os cursos de bacharelado.

METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa documental que envolve a análise dos projetos pedagógicos (PPC) de cincos IES do Rio Grande do Sul que mantém cursos de licenciatura e de bacharelado em Educação Física. As instituições foram divididas em: Instituição “A”, “B” e “C” que representam o sistema privado e as Instituições “D” e “E” o ensino público.

ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
O estudo discute a duração dos cursos, a carga horária, o tempo de estágio e as horas complementares.
A instituição “A” apresenta a licenciatura de três anos com a duração de 2990 horas. 200 horas são de Atividades Acadêmico Cultural, 432 horas de estágio e 414 horas de práticas pedagógicas. Já o curso de Bacharelado tem quatro anos e prevê uma carga horária de 3366 horas, sendo 432 horas de estágio, 72 horas de atividades complementares e 414 horas de prática profissional.
Na instituição “B” a licenciatura é realizada em três anos e meio num total de 2800 horas sendo 180 de atividades complementares e 300 horas de estágio. Já, o Bacharelado é realizado em quatro anos com 3200 horas. 200 horas de atividade complementares e 180 horas de estágio.
A instituição “C” apresenta uma grande base comum para ambos os cursos. A diferenciação ocorre especialmente no estágio. A licenciatura tem 2820 horas divididas em 2520 em aula, 400 horas de estágio e 200 horas de atividades complementares. O bacharelado assegura 3200 horas sendo 2790 em aula, 140 horas de estágio, 120 horas complementares e 150 horas de atividades adicionais aos créditos. Ambos tem previsão de 4 anos.
Na Instituição “D” o tempo de formação no curso de licenciatura é de quatro anos com carga horária de 3240 horas. 400 horas de prática como componente curricular, 450 horas de estágio, 2090 horas de conteúdos curriculares e 300 horas de atividades complementares. Já o curso de bacharelado que é complementar possui 3210 horas sendo 353 horas de prática como componente curricular, 150 horas de estágio, 2407 horas de conteúdos curriculares e 300 horas de atividades complementares.
A licenciatura da instituição “E” tem formação em quatro anos com um total de 2935 horas. 1913 horas de conteúdos científicos-culturais, 411 horas de estágio, 411 horas de prática como componente curricular e 200 horas de atividades complementares. O Bacharelado é realizado em quatro anos tendo 3203 horas. 2267 horas de conteúdos científico-culturais, 453 horas de estágio, 283 horas de prática como componente curricular e 200 horas de atividades complementares.

CONCLUSÕES
Verificou-se que as cinco instituições obedecem ao tempo de integralização dos cursos e as horas mínimas para formação. As orientações de atividades curriculares também estão de acordo com a legislação na maioria dos casos. Os estranhamentos ocorrem na falta de entrada do vestibular para o bacharelado na instituição “D” e nas horas de estágio que parecem insuficientes nas instituições “B”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENITES, L.C.; SOUZA NETO, S.; HUNGER, D. O processo de constituição histórica das diretrizes curriculares na formação de professores de Educação Física. Revista Educação e Pesquisa. São Paulo, v.34, n.2, p. 343-360, maio/agosto. 2008.
SILVA, O. O. N. Bacharelados em Educação Física: uma incógnita na formação profissional. In: Revista Digital Efdeportes, Ano 14; n. 140, p. 1-5, Enero 2010.

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