Sistema Online de Apoio a Congressos do CBCE, XX Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e VII Congresso Internacional de Ciências do Esporte

Tamanho da fonte: 
O ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA A PARTIR DAS BASES CONCEITUAIS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Julio Cesar Gomes da Costa, Rosa Malena de Araújo Carvalho, Claudia Teresa Vieira de Souza

Última alteração: 2017-06-20

Resumo


Acompanhando atuações docentes com o tema da saúde através de formação continuada, assim como produções acadêmicas que discutem a temática, identificamos que as práticas pedagógicas organizadas pela educação física, em grande parte, ainda reforçam o binômio exercício-saúde, estabelecendo uma relação de causalidade, não discutindo ou considerando os múltiplos fatores que influenciam o estado de saúde individual e coletiva.
São duas grandes correntes que interpretam o ensino da promoção da saúde na educação física escolar: um primeiro grupo que defende a educação física como instrumento de democratização da prática do exercício físico. E, um segundo grupo que defende um enfoque mais próximo ao ideário da promoção da saúde, como um conceito multifatorial, discutindo como uma via de formação de alunos críticos e reflexivos na luta pela equidade social.
A pesquisa de mestrado em andamento, sem querer dizer que uma corrente é melhor ou pior, identificando suas intencionalidades e ações pedagógicas, indaga o ensino dessa temática na realidade da educação de jovens e adultos, através de metodologia qualitativa junto a Professores em formação continuada em Curso de extensão promovido pela Universidade Federal Fluminense. Aqui apresentamos a base teórica da pesquisa em relação à saúde.
As críticas a esse modelo com ênfase na aptidão física se referem ao apontamento do estilo de vida como único problema a ser mobilizado, e a sua mudança como a solução. Desta maneira, deposita no aluno a responsabilidade pelo estado de sua saúde. Quando pensamos nos alunos da escola pública, vemos as condições (econômicas, ambientais, de tempo livre, entre outras) que não favorecem (FARINATTI e FERREIRA, 2006).
Já a corrente de professores de educação física que adotam a promoção da saúde, como proposta de uma nova prática interdisciplinar, que integra diferentes saberes e práticas, a concebe como produção social, entendida como o resultado da forma como se vive, se organiza a sociedade. E, ao falar em promoção da saúde abordam-se quatro questões básicas: sua multifatoriedade, a desmedicalização, a educação em saúde e, seu caráter coletivo. Desta forma, engloba um espaço de atuação que extrapola o setor de saúde, apontando para uma abordagem positiva (FERREIRA e BUSS, 2001).
No entanto, as produções sobre as experiências de ensino com o tema da promoção da saúde, nas aulas de educação física, em perspectiva ampliada, ainda não são muito difundidas. Ao mesmo tempo, o contato com os professores cursistas, atuantes na EJA, vem sinalizando que as propostas de ensino com enfoque na saúde são muito bem aceitas entre os alunos jovens e adultos. Quase sempre influenciados por modelos socioculturais, o jovem questiona mais sua autoimagem em relação à beleza, mas esse tema também ganha interesse para os mais velhos, sobretudo quando o corpo dá sinais de diminuição de vitalidade.
A pesquisa vem considerando que a promoção da saúde contempla os objetivos educacionais de uma abordagem que forme alunos críticos e participantes da sociedade que integram, assim, a reflexão sobre a cultura corporal se aproxima mais da função social da escola do que o desenvolvimento da aptidão física (COLETIVO DE AUTORES, 2014). Os Professores da EJA, por atuarem em uma Modalidade da Educação (BRASIL, 2000) com alunos que trazem muitas e diferentes experiências, é lugar favorável para essa discussão. Os resultados parciais dessa pesquisa sinalizam o quanto essa perspectiva impacta favoravelmente os Professores em formação.

Texto completo: PDF