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ROTAS DE ACESSO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: CONTRIBUIÇÕES DE UM PROJETO DE ENSINO
Rafael Gomes de Jesus Martins, Vilma Lení Nista-Piccolo, Vickele Sobreira

Última alteração: 2017-06-19

Resumo


Iniciando o relato de nossa experiência...
Quando um profissional deseja estar preparado para os desafios do mercado de trabalho, não pode se limitar ao cumprimento das disciplinas que compõem a estrutura curricular de sua graduação. Na formação docente acontece o mesmo. O futuro professor precisa buscar meios que possam ampliar os conhecimentos de sua formação inicial. Para consolidar esses novos conhecimentos em suas atuações no cotidiano escolar, o docente deve se pautar em estudos atualizados, de âmbito educacional, sempre conectados com a realidade das escolas.
Na área da Educação Física, essa fragmentação da teoria com a prática aplicada se mostra frequente em cursos de Licenciatura. Há uma fundamentação consistente que legitima esse problema, apresentada por pesquisadores experientes no mundo acadêmico que são familiarizados com o chão da escola. O encontro dos estudos teóricos com os problemas deflagrados no espaço escolar se dá em pesquisas comprometidas em apresentar soluções reais às situações vividas na relação ensino-aprendizagem. Há uma tentativa que vislumbra superar o paradigma da prática pela prática, inconsciente e sem sentido, na busca de uma práxis conquistada por novas organizações curriculares, planejamentos e reestruturação de conteúdos.
A construção de cursos de formação do professor de Educação Física deve ser baseada nas competências e habilidades necessárias à uma atuação docente que consiga responder perguntas do tipo: O quê e como ensinar Educação Física na escola? (MOREIRA; NISTA-PICCOLO, 2009); o quê fazer quando o aluno não consegue aprender? há outro jeito de ensinar determinado conteúdo?
As respostas estão diretamente relacionadas à capacitação do professor, aos seus objetivos educacionais, e, principalmente, ao seu conhecimento didático-metodológico. Saber ensinar é conseguir levar o aluno à compreensão do que se ensina; é descobrir suas rotas de acesso ao conhecimento. Diante de tantas especificidades expressas nas práticas pedagógicas surgem os Projetos de Ensino vinculados às pesquisas, que são fundamentais para agregar subsídios e ampliar as experiências tão necessárias para a formação docente.

Nossos objetivos e primeiras conquistas...
Este estudo tem como objetivo apresentar as contribuições resultantes das duas primeiras etapas do Projeto de Ensino Rotas de Acesso nas aulas de Educação Física nos anos iniciais do ensino fundamental1. A partir dos estudos de Gardner (2001) sobre essa temática, os acadêmicos bolsistas integrantes desse projeto procuram encontrar respostas aos questionamentos, levantados acima, por meio de reflexões teóricas somadas a observações in loco, das práticas pedagógicas vividas na Educação Física escolar. Num primeiro momento buscou-se compreender a concepção dada às rotas de acesso, reveladas como diferentes caminhos a serem acessados pelos alunos por meio de estímulos de ações durante as aulas. Após vários encontros de rodas de conversa sobre o tema em questão, definiu-se por um modelo de observação da presença, ou ausência, da diversificação de rotas, proposta pelo professor ao ensinar seus alunos. Foram realizadas observações das aulas, como projeto piloto, em 09 turmas dos anos iniciais do ensino fundamental, para identificar se o instrumento de coleta de dados, traduzido por diretrizes, atendia as necessidades metodológicas para alcançar os objetivos traçados na pesquisa.
Os primeiros resultados mostraram que é fundamental mudar a perspectiva do olhar do professor que, erroneamente, está focalizado nos conteúdos. É preciso estruturar métodos acessíveis às capacidades dos alunos e ter o foco voltado ao aluno (MOREIRA; NISTA-PICCOLO, 2009). Essas são proposições trazidas pelas rotas de acesso (GARDNER, 2001), que têm como cerne encontrar uma forma de envolver o aluno colocando-o no centro da aula, para conhecer as suas facilidades e dificuldades durante a aprendizagem, e com isso, estimular seus potenciais visando maior eficiência em sua aprendizagem.
A vivência do projeto piloto incidiu na percepção dos bolsistas sobre o detalhamento das observações in loco, além de ampliar a perspectiva de pensar aulas de Educação Física na escola. Num primeiro olhar foram pontuadas as características dos professores e das atividades programadas, mas percebeu-se, posteriormente, que o foco das observações deve estar nos alunos e em todos os fatores interferentes no processo de ensino e aprendizagem, tais como: características da turma, relação professor aluno, como o aluno aprende, e as rotas que o professor propõe para ensinar o conteúdo.

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