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A CONSTITUIÇÃO DOS SABERES ESCOLARES EM SAÚDE NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Última alteração: 2017-06-19
Resumo
A saúde se constitui como um objeto de conhecimento organicamente relacionado à história do desenvolvimento da Educação Física (EF). No entanto, nossa participação em espaços de formação continuada de professores em rede, permitiu a percepção de queixas em torno do ‘esquecimento’ do debate sobre o tema cenário da EF escolar, em cenário local e nacional. Considerando a pertinência do tema, percebemos a necessidade de mapear a forma como os docentes abordam a saúde em suas aulas. Neste sentido, o presente estudo teve como objetivo analisar avanços e limites inerentes ao processo de constituição dos Saberes Escolares em Saúde na prática pedagógica de professores da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco.
METODOLOGIA
Referenciado a partir do Materialismo Dialético, este estudo se desenvolveu a partir de uma abordagem qualitativa de natureza descritiva. Em nosso marco teórico, abordamos como se dá a materialização e constituição dos saberes escolares, mediante processos de seleção, organização e sistematização do conhecimento. Também investigamos a expressão deste processo entre os estudos da prática pedagógica em EF escolar, a partir de uma revisão sistemática em periódicos nacionais da EF.
A seleção dos participantes compreendeu um mapeamento de
professores que anunciaram abordar a Saúde a partir de um levantamento preliminar. Enquanto forma de coleta de informações, utilizamos uma entrevista semiestruturada a análise de documentos dos professores, como planos de ensino e materiais de aulas.
Já o tratamento e análise dos dados coletados se deu a partir de uma Análise de Conteúdo Categorial por Temáticas (BARDIN, 1979), por meio da qual, interpretamos como a literatura e o campo compreendem as categorias seleção, organização e sistematização dos saberes escolares da saúde.
RESULTADOS
Percebemos como principal regularidade inerente à literatura e ao campo, a primazia de concepções de Saúde situadas em perspectivas de cunho
individual/comportamental, bem como à concepção de Saúde como um estado de bem-estar que entre os entrevistados se situou entre os domínios físico e
mental, mas pouco dialogou com o domínio social.
Esta particularidade, por sua vez, refletiu a forma como os sujeitos pensam o processo de seleção, legitimando a Saúde a partir de dimensões preventivas ou curativas. Como principal avanço no contexto da seleção, diante da relatada dificuldade em acessar materiais sobre o tema e da pouca vivência de outras perspectivas de saúde na formação inicial, ficou evidente o uso de diferentes fontes, algumas delas produzidas pelos próprios professores, como recortes de livros e adaptações de materiais de outras disciplinas como a biologia.
Tanto a literatura quanto os dados de campo evidenciaram perspectivas de aproximação a referenciais teóricos que compreendem a organização em torno dos conteúdos da saúde como um objeto principal, um tema transversal (BRASIL, 1998), ou um conteúdo de natureza subjacente, de cunho sociopolítico (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Entre os professores investigados, aspectos como a falta de diálogo com a Rede, condições escolares e a forma como os estudantes compreendem a EF refletiram como limites à organização, no que concerne à hierarquização e disposição dos saberes da saúde.
Na sistematização mesmo diante das limitações apresentadas por alguns docentes na forma de avaliar a forma como o estudante aprende sobre a saúde, apresentou os maiores avanços, mediante articulação entre as linhas de ação propostas e os procedimentos metodológicos adotados pelos docentes em suas aulas, revelando diversas alternativas metodológicas para o trato da Saúde, entre aulas expositivas e
experimentações corporais.
CONCLUSÃO
Diante dos dados apresentados, concluímos que o contexto formativo, aliado a aspectos de ordem contextual como as condições escolares, o conhecimento dos estudantes acerca da Saúde e uma maior ou menor aproximação à temática se revelaram como elementos importantes ao processo de seleção, organização e sistematização dos saberes escolares em Saúde na EF.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Ed. 70, 1979.
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: Apresentação dos Temas Transversais/ Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992
METODOLOGIA
Referenciado a partir do Materialismo Dialético, este estudo se desenvolveu a partir de uma abordagem qualitativa de natureza descritiva. Em nosso marco teórico, abordamos como se dá a materialização e constituição dos saberes escolares, mediante processos de seleção, organização e sistematização do conhecimento. Também investigamos a expressão deste processo entre os estudos da prática pedagógica em EF escolar, a partir de uma revisão sistemática em periódicos nacionais da EF.
A seleção dos participantes compreendeu um mapeamento de
professores que anunciaram abordar a Saúde a partir de um levantamento preliminar. Enquanto forma de coleta de informações, utilizamos uma entrevista semiestruturada a análise de documentos dos professores, como planos de ensino e materiais de aulas.
Já o tratamento e análise dos dados coletados se deu a partir de uma Análise de Conteúdo Categorial por Temáticas (BARDIN, 1979), por meio da qual, interpretamos como a literatura e o campo compreendem as categorias seleção, organização e sistematização dos saberes escolares da saúde.
RESULTADOS
Percebemos como principal regularidade inerente à literatura e ao campo, a primazia de concepções de Saúde situadas em perspectivas de cunho
individual/comportamental, bem como à concepção de Saúde como um estado de bem-estar que entre os entrevistados se situou entre os domínios físico e
mental, mas pouco dialogou com o domínio social.
Esta particularidade, por sua vez, refletiu a forma como os sujeitos pensam o processo de seleção, legitimando a Saúde a partir de dimensões preventivas ou curativas. Como principal avanço no contexto da seleção, diante da relatada dificuldade em acessar materiais sobre o tema e da pouca vivência de outras perspectivas de saúde na formação inicial, ficou evidente o uso de diferentes fontes, algumas delas produzidas pelos próprios professores, como recortes de livros e adaptações de materiais de outras disciplinas como a biologia.
Tanto a literatura quanto os dados de campo evidenciaram perspectivas de aproximação a referenciais teóricos que compreendem a organização em torno dos conteúdos da saúde como um objeto principal, um tema transversal (BRASIL, 1998), ou um conteúdo de natureza subjacente, de cunho sociopolítico (COLETIVO DE AUTORES, 1992). Entre os professores investigados, aspectos como a falta de diálogo com a Rede, condições escolares e a forma como os estudantes compreendem a EF refletiram como limites à organização, no que concerne à hierarquização e disposição dos saberes da saúde.
Na sistematização mesmo diante das limitações apresentadas por alguns docentes na forma de avaliar a forma como o estudante aprende sobre a saúde, apresentou os maiores avanços, mediante articulação entre as linhas de ação propostas e os procedimentos metodológicos adotados pelos docentes em suas aulas, revelando diversas alternativas metodológicas para o trato da Saúde, entre aulas expositivas e
experimentações corporais.
CONCLUSÃO
Diante dos dados apresentados, concluímos que o contexto formativo, aliado a aspectos de ordem contextual como as condições escolares, o conhecimento dos estudantes acerca da Saúde e uma maior ou menor aproximação à temática se revelaram como elementos importantes ao processo de seleção, organização e sistematização dos saberes escolares em Saúde na EF.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Ed. 70, 1979.
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: Apresentação dos Temas Transversais/ Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992
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