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Impacto do gênero na percepção subjetiva de esforço durante uma sessão de treinamento isométrico de preensão manual
Luiza Marina Mascarenhas

Última alteração: 2017-06-08

Resumo


INTRODUÇÃO
O exercício isométrico de preensão manual (handgrip – IHG) se mostrou efetivo na redução da pressão arterial de repouso tanto em indivíduos normotensos quanto em indivíduos hipertensos (MILLAR et al, 2014, p 345–356, CORNELISSEN V.A., 2013, p e004473). A maioria dos estudos utilizam o protocolo de IHG que consiste em quatro séries bilaterais (duas para cada membro) de contrações isométricas durante dois minutos a 30% da contração voluntária máxima (CVM) com um minuto de intervalo entre as séries, independente do sexo. Há evidências de que as mulheres possuem uma maior resistência à fadiga quando comparadas aos homens (HICKS A.L, 2001, p 109-112), com isso, especula-se a possibilidade de que a percepção subjetiva de esforço (PSE) durante uma sessão de IHG seja diferente entre homens e mulheres.

METODOLOGIA
Participaram do presente estudo 15 homens (23 ± 3 anos; 75,0 ± 3,1 kg; 1,8 ± 0 m) e 23 mulheres (24 ± 4 anos; 60,3 ± 1,5 kg; 1,6 ± 0 m). Como critério de inclusão os voluntários deveriam ser aparentemente saudáveis e fisicamente ativos. Além disso, as mulheres não deveriam utilizar contraceptivos orais por um período mínimo de seis meses e todas realizaram os testes na fase folicular do ciclo menstrual (4 ± 2 dias após o início da menstruação). O projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisas envolvendo seres humanos na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (CAAE: 38922414.7.0000.0030). Todos realizaram de maneira randomizada duas visitas ao laboratório: experimental ou sham. Inicialmente foi realizado o teste de CVM no IHG, na qual foram realizadas três tentativas sendo considerado como valor representativo da CVM o maior valor alcançado. Posteriormente, os voluntários realizaram o protocolo de exercício que consistiu em quatro séries bilaterais (duas para cada membro) de contrações estáticas durante dois minutos a 30% (experimental) ou 3% (sham) da CVM e um minuto de intervalo entre as séries. Imediatamente após o protocolo de IHG (experimental ou sham), a escala de OMNI-RES (ROBERTSON RJ., 2003, p 333-341), na qual zero corresponde a nenhum esforço e dez a esforço máximo, foi apresentada aos voluntários onde os mesmos foram solicitados que indicassem a percepção de esforço. Como analise estatística foi utilizado teste t independente com nível de significância de α<0,05.

RESULTADOS
Os valores da CVM foram significativamente maiores nos homens (46,3 ± 1,8 N) do que nas mulheres (29,9 ± 1,1 N) (P<0,05). Houve diferença significativa na força relativa entre homens e mulheres (0,62 ± 0,02 N/kg vs. 0,50 ± 0,02 N/kg, respectivamente, P<0,05). Não houve diferença significativa na PSE entre homens e mulheres durante a sessão de IHG, tanto no protocolo sham (1,1 ± 0,3 vs. 1,6 ± 0,3, respectivamente, P=0,32), quanto no protocolo experimental (8,3 ± 0,4 vs. 8,7 ± 0,2, respectivamente, P=0,42).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos conclui-se que não há diferença entre homens e mulheres na PSE durante uma sessão IHG.

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