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ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL
Laryanne Rodrigues de Souza, Felipe Wachs

Última alteração: 2017-06-24

Resumo


1. INTRODUÇÃO
A pesquisa analisou as percepções dos estudantes sobre o estágio curricular obrigatório no campo da saúde mental. O curso de Bacharelado da FEFD/UFG, criado em 2008, adotou como ênfase a saúde pública. Nos primeiros anos, o campo da saúde mental se constituiu como o principal campo de estágio, pois esses serviços eram os que contavam com profissionais de Educação Física vinculados ao Sistema Único de Saúde. Essa opção provocou, e ainda provoca, estranhamento nos estudantes que, geralmente, esperavam que seus estágios fossem voltados para intervenção em academias de ginástica e musculação.

2. METODOLOGIA
Foi utilizada a pesquisa qualitativa, que de acordo com Triviños (1987) se desenvolve em interação dinâmica retroalimentando-se e reformulando-se constantemente. Os dados foram produzidos a partir de entrevistas semi-estruturadas conduzidas a partir de um roteiro com seis perguntas principais. Em algumas situações foram feitas perguntas complementares para explorar temáticas referidas pelos participantes. Dos 32 alunos matriculados no Estágio Curricular Obrigatório II no ano de 2016, foram sorteados 2 estudantes de cada campo de estágio, totalizando 14 participantes. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas propiciando assim considerações analíticas acerca das seguintes temáticas: expectativa em relação ao estágio obrigatório; relação do estágio com outras disciplinas; experiência pessoal sobre o estágio; educação física e saúde mental.
O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética sob o parecer número 1.830.323. Todos os participantes consentiram em participar e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3. DISCUSSÕES E RESULTADOS
Sobre a expectativa dos alunos, somente um respondeu que já havia lido sobre o curso e esperava que, no primeiro ano, o estágio fosse na área da saúde mental. A maioria esperava que o mesmo ocorresse em academias ou em espaços de esporte e lazer, como anunciado na fala de uma das estudantes: “Para ser sincera, não. [...] pensava que era mais questões para a parte de academia [...] para trabalhar em clubes essas coisas, mas não na área de Saúde [...] Eu não sabia o que o professor de Educação Física poderia fazer principalmente com a Saúde Mental” (Estudante 8).
Ao questionar os estudantes sobre a expectativa dos estágios em um curso de graduação, a maioria respondeu que esperam que estes possam qualificá-los para o mercado de trabalho e adquirir conhecimento.
Sobre a relação do estágio com outras disciplinas, a maioria deu ao entender que as disciplinas teóricas ajudaram de certa forma no entendimento de alguns conceitos e como se dá o serviço de saúde mental, mas que ao chegar aos CAPS a realidade era outra: “[...] uma coisa é você ver as disciplinas e outra coisa é você ir lá ver a realidade, mas já te ajuda muito para você começar a entender, compreender o que está acontecendo” (Estudante 8).
A respeito da experiência pessoal, a maioria respondeu que foi um momento bom e de grande aprendizado, e em algumas falas de que não seria a área de atuação deles. “Eu acho válido como conhecimento de campo, como abranger leques de possibilidade [...] com certeza não é a área que eu vou procurar para trabalhar [...]” (Estudante 7).
Por fim, sobre a relação da educação física com a saúde mental, dos 14 entrevistados, 13 responderam que a educação física contribui em tratamentos de saúde mental. Podemos destacar a seguinte fala “Eu acredito que a Educação Física contribui sim no tratamento. [...] com o controle da fissura [...] é dado por um relaxamento cientificamente comprovado que é conhecido como Jacobson que é o nome do cara que criou. Esse relaxamento tem capacidade de regular a fissura em algum momento de necessidade” (Estudante 4).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao analisar as percepções dos alunos, concluímos que o estágio é um momento de aprendizagem, conhecimento e abertura de possibilidade para a atuação profissional. Por mais que a área da saúde mental não seja de grande procura por esses estudantes, acreditamos que o estágio em CAPS é de suma importância, pois vai além da grade curricular, ele te proporciona uma experiência de vida, troca de valores: “[...] o conhecimento que eu estou tendo lá dentro, a vivência que eu estou tendo lá dentro principalmente como pessoa que tá me fazendo ser melhor. Eu me sinto melhor após ter entrado lá, eu passei a ver outros casos, eu passei a ver outras situações que não era a minha zona de conforto [...] ” (Estudante 3).
5. REFERÊNCIAS
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo, SP: Ed. Atlas, 1987.

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