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A INTERPRETAÇÃO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS E O PERFIL DO EGRESSO EM EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA ANÁLISE EM INSTITUIÇÕES NO RIO GRANDE DO SUL
Alexandre Scherer, Deninson Nunes Ferenci, Gabriela Quilmes Mendelski, Marcos Armani Ramires, Alexandre Diogo Platt

Última alteração: 2017-06-24

Resumo


INTRODUÇÃO
A publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a formação de licenciados e de bacharéis nos anos de 2002 e de 2004 configurou interpretações diferenciadas na formação em Educação Física no Brasil. Neste sentido, o objetivo deste estudo procurou compreender de que forma os currículos de formação em Educação Física de cinco instituições no Rio Grande do Sul definem os egressos de suas instituições.

OS CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Observa-se que o modelo de formação usado até os anos de 1980 proporcionou pensamentos diferenciados na área de Educação Física, porém, continuou proliferando os cursos de licenciatura. A Resolução 03/1987 possibilitou a construção de bacharelados, mas os professores oriundos da licenciatura continuaram tomando conta do mercado que estava em ampliação.
Este processo se estendeu até a promulgação das DCN com as Resoluções 01 e no. 02 de 2002. Com base nestas orientações a interpretação inicial foi de que a formação de professores para atuar na educação básica seria específica (SILVA, 2010).
Segundo Scherer (2005), apesar de resistências, foi promulgada a Resolução 07/2004 que estabeleceu a legitimidade da formação do bacharel em Educação Física, deixando a entender que passaria então a existir dois profissionais distintos atuando em áreas específicas: o licenciado nos espaços escolares e o bacharel em espaços não escolares.

METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa documental que envolve a análise dos projetos pedagógicos (PPC) de cincos IES do Rio Grande do Sul que mantém cursos de licenciatura e de bacharelado em Educação Física. As instituições foram divididas em: Instituição “A”, “B” e “C” que representam o sistema privado e as Instituições “D” e “E” o ensino público.

ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES
A instituição “A” concebe o perfil de egresso diferenciado das duas modalidades de formação. O curso de bacharelado aponta para a saúde, o lazer o rendimento e a gestão como áreas de atuação próprias. Já o perfil de egresso do licenciado é caracterizado pela atuação na educação básica.
A instituição “B” define o perfil do egresso do bacharelado como o profissional que atende a expansão do mercado de trabalho frente as novas necessidades da vida moderna. Já a licenciatura aponta claramente para atuação na Educação Básica nos diferentes níveis de ensino.
A instituição “C” reconhece a divisão da Educação Física em duas formações que descrevem um desenvolvimento acadêmico específico para as áreas de atuação. A licenciatura define o campo de atuação para a educação básica. Já o bacharelado relaciona a utilização dos elementos da cultura corporal de movimento e dos princípios da promoção da saúde.
Quando se analisa os perfis de egressos da instituição “D” observa-se que também há duas modalidades de formação em Educação Física. O licenciado tem caráter de formação ampliado podendo intervir na escola e fora dela. Já o bacharel atua na promoção da aprendizagem e a prática de elementos da cultura corporal do movimento no campo do esporte, do lazer e da saúde.
A instituição “E” define o egresso em licenciatura para atuação na Educação Básica. Já, o bacharelado é o profissional generalista com conhecimento e capacidade de análise e intervenção nos diferentes campos profissionais.

CONCLUSÕES
Pode-se verificar que os perfis de egressos dos formandos das instituições privadas e uma pública seguem as interpretações das DCN por modalidade. Elas compreendem haver dois cursos de formação para mercados de trabalhos diferentes, com um caráter de intervenção particular as áreas específicas e determinam perfis distintos.
Já, a Instituição “C” compreende que a sua formação em licenciatura dá direito ao egresso atuar em qualquer campo de trabalho alegando que há discriminação por parte das DCN que restringem a intervenção do professor ao sistema educacional. Utiliza o conceito de autonomia universitária para construir um currículo de licenciatura ampliado com base epistemológica própria, com uma entrada de vestibular única.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SCHERER, A. Educação Física e os Mercados de Trabalho no Brasil: Quem Somos, Onde estamos e para onde vamos? In: Formação Profissional em Educação Física e Mundo do Trabalho. Vitória/ES: Gráfica da Faculdade Salesiana, 2005, p. 31-45.
SILVA, O. O. N. Bacharelados em Educação Física: uma incógnita na formação profissional. In: Revista Digital Efdeportes, Ano 14; n. 140, p. 1-5, Enero 2010.

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