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EDUCAÇÃO FÍSICA E INFÂNCIA - ABORDAGENS DE ENSINO
Alessandra Cacenot Silva, Maria Cecília Camargo gunther, Maequerle Fiuza

Última alteração: 2017-06-20

Resumo


O presente estudo tem por objetivo analisar a presença das diferentes abordagens de ensino em educação física (EF) na educação infantil (EI), tomando como referência um periódico da área, a revista Pensar a Prática , de Goiânia referindo-se as produções de 2010 a 2016.
A ampliação da obrigatoriedade de escolarização posiciona a EI na pauta de discussão em torno de políticas públicas para a educação e a coloca em outra condição na produção científica, motivo que nos leva a analisar as publicações recentes por meio de uma pesquisa bibliográfica com base em Gil (2008).
A EF é componente obrigatório da educação básica, incluindo-se a EI. Nesse nível de ensino, é por meio do corpo e do movimento que a criança interage, se comunica e se expressa promovendo sua autonomia e criatividade. Nas palavras de Kunz (2015, p. 22):
A criança expressa-se pelo movimento e o movimento possibilita que ela questione a realidade de vida e é assim dando liberdade a essa importante expressividade e dialogo da criança que ela se forma como ser de autonomia e criatividade.
De outra parte, Campos (2011), assinala a pertinência de que a EF esteja integrada ao projeto pedagógico da escola, preservando suas especificidades que se vinculam ao trabalho com o corpo e movimento. O brincar e as interações são os eixos que estruturam a EI (BRASIL, 2010) e costumam ser a base que unifica as diferentes práticas pedagógicas junto à infância. Parece-nos relevante identificar se, as diferentes abordagens de ensino de EF tem estado presente na EI, por meio da produção científica.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No período investigado localizamos, dez artigos sobre EF na EI, entro os quais três, são de predomínio desenvolvimentista com ênfase para aspectos motores da criança de acordo com as diferentes faixas etárias. Destacam ainda a importância da EF no desenvolvimento biológico, suas vantagens e benefícios na aprendizagem intelectual, motora e social.
Outros três artigos analisados articulam-se a uma perspectiva construtivista e seus conteúdos destacam jogos, brincadeiras e cantigas, levando em consideração o que a criança já aprendeu e o meio na qual está inserida, corroborando com a posição de Darido (2005, pág.11) para quem essa abordagem tem o valor de considerar o conhecimento previamente elaborado da criança, por meio do resgate de sua cultura lúdica.
A abordagem critico-superadora preconiza a vivência de diferentes possibilidades corporais e toma a criança como sujeito cultural. Tal posição foi encontrada em um dos artigos analisados, o qual sublinha a vivência de “diferentes possibilidades corporais, pois o corpo assume um papel fundamental no processo de constituição da criança como sujeito cultural” (JARDIM et al, 2014).
Um dos artigos tematiza a importância do professor de EF na EI de forma que contribua com elementos para se pensar na ampliação das experiências e dos conhecimentos, em especial, no que se refere ao corpo e ao movimento, favorecendo um diálogo entre a criança e o mundo por meio do “se-movimentar” . Para Kunz (2014), o caráter relacional e dialógico adquire centralidade nessa perspectiva.
Localizamos ainda, uma produção que apresenta um levantamento de produções sobre a EF na EI cuja categorização dos artigos encontrados não nos pareceu passível de enquadramento em alguma abordagem específica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília : MEC, SEB, 2010.
CAMPOS, L., A., S.; Didática da educação física. Várzea Paulista, SP : 2011.
DARIDO, S.C.; RANGEL, I.C. Educação física no ensino superior: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
KUNZ, E. Brincar e se-movimentar: tempos e espaços de vida da criança. Ijuí: Ed. Unijuí, 2015.
_____ Se- Movimentar. In: GONZÁLEZ, F.J.; FENSTERSEIFER, P.E. Dicionário crítico de educação física. 3ªEd. Ijuí: Ed. Unijuí, 2014
GIL, A.C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6° Ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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